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Livro reflete sobre problemas e importância da extensão universitária

03/11/2014 09h15 - última modificação 05/11/2014 10h13

Terceiro suporte no tripé também formado por ensino e pesquisa, a extensão universitária é quem mais estreita a relação da academia com a comunidade. Afinal, é a ponta que leva à sociedade a prática do saber adquirido em salas de aula e da qual o exemplo mais famoso são as ações sociais e cívicas do Projeto Rondon. Mas nem sempre a importância da extensão está evidente nos meios universitários, que a enxergam como atividade menor, penalizando professores e alunos que a ela se dedicam. Dado preocupante é que apenas 1% do ensino universitário pratica projetos de extensão no Brasil e até 2015 a Política Nacional de Extensão fixa que esse nível deve chegar a 10%.

Pegando carona no cenário de questionamento e contribuição para a atual estrutura, a Editora Umesp está lançando “Extensão Universitária: Conceitos, Propostas e Provocações”, organizado pelos professores da Universidade Metodista de São Paulo Luciane Duarte da Silva, do Curso de Processos Gerenciais, e João Gremmelmaier Cândido, da Educação a Distância nas áreas de Administração, Marketing e Gestão Pública, entre outras. Os autores fazem a linha de defesa da extensão argumentando que é justamente a devolutiva da academia à sociedade, seja por intermédio de melhores profissionais, seja por intervenções diretas em auxílio das demandas sociais, como descreve Luciane Duarte.

“A extensão começou como prestação de serviços à comunidade. Alguns intelectuais levavam conhecimentos por meio de cursos abertos, mas era um conhecimento de cima para baixo, pronto e acabado. Hoje se discute uma extensão mais participativa, de formular o conhecimento junto com a sociedade, até mesmo para que ela se aproprie disso e dê continuidade independentemente da presença da universidade. Hoje a extensão tem o olhar muito mais de transformar a comunidade do que de simplesmente visitá-la”, acrescenta a docente.

O livro abre caminho para debater questões delicadas como o pouco incentivo à área – já que a maior parte das IES enfatiza apenas ensino-pesquisa – e o desestímulo de professores dedicados à causa, pois muitos agem como voluntários porque não são dispensados de aulas. Outro problema latente é a insuficiente política de avaliação dos programas. Os mecanismos de fiscalização do MEC (Ministério da Educação) limitam-se a averiguar se há ou não extensão na IES e quantas pessoas estão envolvidas. O que e como se faz, que público foi beneficiado, ouvir a comunidade atingida, ou seja, ignora-se a parte mais qualitativa do programa.
“Observamos que cada universidade entende a extensão de uma forma. A pesquisa no Brasil está forte, o ensino relativamente consolidado, mas a extensão ainda é vista como algo menor. Deve ser característica da universidade contribuir com o núcleo social onde está inserida e só se faz isso por meio da extensão”, acentua o professor João Cândido.


Como e por quê fazer

O livro procurar dialogar e refletir o contexto atual de surgimento de fóruns nacionais reunindo universidades públicas, particulares e confessionais com vistas a propor ao MEC políticas de avaliação e estruturação da extensão. A busca dessa operacionalização tem como referência a recente Política Nacional de Extensão Universitária, de 2012. Há poucos meses o MEC constituiu uma comissão nacional de avaliação da extensão justamente para avaliar os projetos do ProExt, algo até então inexistente. “Por isso a importância de trabalhar publicações que falem sobre como fazer e quais as vantagens da extensão”, justificam os organizadores de “Extensão Universitária: Conceitos, Propostas e Provocações”.

O livro reúne professores de diversas instituições, alunos e estudiosos do tema, inclusive integrantes da Comissão Nacional de Extensão, todos com publicações na área. As abordagens vão desde o conceito de extensão como comunicação entre universidade e sociedade, e não como entrega de projetos acabados, até sua prática dentro das próprias universidades, envolvendo docentes e discentes que não podem se deslocar extramuros.

Traz também indicadores e parâmetros para quem quer estruturar uma extensão dentro de um programa maior, como por exemplo articular vários cursos que se complementam em torno de um projeto. E faz uma provocação em relação às publicações com Quallis, pouquíssimas com pontuação maior do que B5. “Se revistas de extensão não têm bom Quallis, ninguém se interessa em publicar artigos, porque todos buscam conceitos B1 e B2”, lamentam os organizadores.



Esta matéria foi publicada no Jornal da Metodista.
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