Questão 2

Questão 2

Pela segunda vez, a governadora de Roraima e candidata a reeleição pelo PP, Suely Campos, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o fechamento das fronteiras entre o Brasil e a Venezuela, e que os imigrantes residentes no estado sejam enviados a outros estados.

Na sequência do pedido, o ministro Sergio Etchegoyen, do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), repetiu nesta segunda-feira 20 que o governo considera impensável a possibilidade de fechar a fronteira.

A reedição dos desentendimentos entre, o governo estadual e o governo federal, a respeito da crise humanitária dos imigrantes venezuelanos retornam na medida em que os casos de xenofobia contra os refugiados se tornam cada vez mais violentos.

 No fim de semana, (18 de agosto de 2018) Pacaraima foi palco de cenas agressão entre venezuelanos e brasileiros depois de um comerciante local ter sido agredido durante um assalto. Em resposta, grupos de brasileiros passaram a perseguir refugiados que vivem na cidade, queimando seus pertences.

 Agredidos com pedaços de pau, os refugiados foram expulsos das tendas que ocupavam na região na fronteira do Brasil com o país vizinho. Com medo, ao menos 1,2 mil venezuelanos voltaram para o país de origem.

 Esta não é primeira ocorrência de xenofobia praticada em massa no estado. Em março deste ano, moradores do município de Mucajaí entraram em um abrigo de refugiados, expulsaram os venezuelanos e depois atearam fogo nos objetos pessoais das famílias.

 A manifestação xenofóbica foi convocada via redes sociais depois de uma brigada generalizada entre venezuelanos e brasileiros, e que levou a morte um morador de Mucajaí e de um imigrante. O Ministério Público de Roraima indiciou cinco pessoas por prática de xenofobia e incitação ao crime.

Entre 2015 e 2016, quando a crise na Venezuela começou a ficar mais grave, o posto da Polícia Federal no município de Pacaraima, atendia, em média, 200 venezuelanos pedindo abrigo no Brasil todos os dias. Hoje, passam diariamente pelo local ao menos mil refugiados do país vizinho.

 Entre 2017 e 2018, mais de 120 mil venezuelanos entraram em Roraima. Mais da metade deles já deixou o Brasil. Em julho, o governo brasileiro informou que 4 mil venezuelanos permaneciam em abrigos em Roraima.

 Pacaraima é um município predominantemente indígena, e a população local não ultrapassa os 12 mil habitantes. De lá, uma boa parte dos imigrantes segue para Boa Vista, a menor capital em número populacional do Brasil, com 330 mil habitantes, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística.

Disponível em https://www.cartacapital.com.br/sociedade/ao-culpar-venezuelanos-autoridades-estimulam-xenofobia-diz-pesquisador. Acesso em 20 de agosto de 2018.

Após a leitura do texto, veja as afirmações a seguir:

I. Os principais fatores de incremento à migração internacional são os socioeconômicos, dentre os quais se inclui a questão do emprego (e dos salários). Muitas pessoas de países subdesenvolvidos deslocam-se em direção aos países centrais em busca de melhores salários e renda, mesmo que exercendo empregos de menor status ou com condições trabalhistas menos vantajosas.

II. As migrações geram vários encontros de povos de diferentes culturas, raças, credos e religiões. No geral, é algo positivo. O Brasil, por exemplo, é um país rico em diversidade cultural e étnica. Entretanto, quando os nativos passam a não aceitar os imigrantes há um grave problema social, como visto na informação divulgada na revista On-line Carta Capital.

III. A xenofobia trata-se de um racismo, um preconceito cultural, uma discriminação racial, econômica e social ao estrangeiro. O encontro de diversos povos, religiões, sotaques, classes econômicas e sociais, no geral, é positivo. Contribuem para a riqueza cultural e econômica de uma nação. E a xenofobia não pode ser encontrada dentro do próprio país, somente entre países, como no caso Brasil x Venezuela relatado na revista Carta Capital.