Pós-Graduação sem fronteiras: aluno da Metodista tem aulas a 6,5 mil quilômetros de distância
18/06/2015 14h08
Óscar Silva, 53, é aluno da Pós-Graduação Gestão de Conteúdo em Comunicação: Jornalismo da Metodista, oferecida na modalidade da Educação a Distância. Mas, para Óscar, o “a distância” tem um sentido ainda maior: mais de 6,5 mil quilômetros separam o Polo de Apoio Presencial de Guarulhos, onde ele se matriculou e a província do Uíge, no município Ambuíla, em Angola. No último dia 11 de junho, Óscar esteve no Campus Rudge Ramos para fazer a prova presencial.
Óscar trabalha na Agência de Notícias Angola Press, onde coordena a equipe de jornalistas de política local. A Pós-Graduação veio de forma inesperada: a Igreja Tocoísta em Angola ofereceu-lhe uma bolsa, pelo trabalho desenvolvido durante 16 anos como jornalista na Igreja. “Depois de 10 anos eles chegaram e perguntaram: ‘já trabalhaste conosco por muito tempo, nunca te oferecemos nada, o que que tu queres?’ Eu disse: ‘estou precisando fazer um curso de Pós-Graduação’.”
Ofereceram a opção de cursar a pós na Espanha ou no Brasil, e Óscar optou pelo Brasil. Pesquisando por faculdades e universidades, conheceu a Metodista e a Pós-Graduação em Gestão de Conteúdo em Comunicação – Jornalismo, oferecida na modalidade EAD. Visitou o Polo de Guarulhos para conhecer melhor a metodologia da Metodista. “Quando me deram o que era necessário, o que era preciso, como que era a característica do curso eu já não procurei mais nenhuma universidade, é essa mesmo que me interessa”.
Jornalismo profundo
Óscar se formou em Jornalismo em Cuba, onde viveu por seis anos, na Universidade do Oriente. “Eu conheço o jornalismo brasileiro. E o jornalismo brasileiro é um jornalismo profundo. E eu queria contribuir para que o jornalismo angolano também fosse profundo como o jornalismo brasileiro”. Em Angola durante muito tempo praticou-se um jornalismo muito superficial. Divulgava-se um assalto, por exemplo, mas não se aprofundava nas causas da violência. E por meio de canais internacionais brasileiros, foi possível ver que no Brasil se ia atrás das causas.
Gestão de Conteúdo
Diversos aspectos aprendidos na Pós deverão ser trabalhados na Angola Press. “Há coisas que eu não sabia de que eram assim e que afinal de contas têm que ser feitas de uma maneira diferente do que nós fazíamos. Linguagem, Ética, Internet, a linguagem que nós utilizamos, acho que teremos que mudar, porque, afinal, aprendi que é de outra forma”, afirma Óscar.
Os chefes de Óscar pretendem criar uma área de Gestão de Conteúdo com base na experiência trazida pela Pós. “Quando acabar esse curso, tenho a promessa de ajudar a minha Agência a fazer Gestão de Conteúdo. Dentro da própria Agência vamos fazer a gestão de materiais que vamos começara a publicar. Com base nesse curso é que vamos criar essa área”.
Responsabilidade na EAD
Sobre o formato do curso, o jornalista acredita que na EAD a cobrança parte muito mais do próprio aluno. “Eu acho que à distância a exigência é maior, porque se exige mais responsabilidade. Não tem ninguém te cobrando. À distância quem te cobra é a sua própria consciência. No presencial o professor te cobra. À distância você é que se cobra. Tem que correr atrás”. Mas isso não assustou os colegas da Angola Press: já são dois os interessados no curso.
Esta matéria foi publicada no Jornal da Metodista.
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