Matrículas na Educação a Distância crescem 52%, segundo Associação Brasileira de Educação a Distância

10/06/2014 10h55 - última modificação 10/06/2014 11h06

Entre os motivos que levam as pessoas a cursarem a modalidade estão a flexibilidade e um número maior de cursos, que podem ser feitos a partir de qualquer região do país

O último Censo realizado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) em 2012 e divulgado no final do ano passado, aponta que subiu 52,5% o número de alunos matriculados nesta modalidade de ensino. De acordo com Ivete Palange, conselheira da ABED e coordenadora do Censo, haverá um tempo em que o crescimento não será tão acentuado como atualmente. “Vai existir um limite, mas acho que é irreversível o processo de educação a distância.” E um dos motivos que comprovam isso é a necessidade de um aperfeiçoamento profissional constante que existe no cenário atual.

Entre as principais motivações que levam as pessoas a optarem por um curso a distância, segundo a conselheira da ABED, estão as dificuldades com o trânsito e com a locomoção em diversas localidades, e o fato de as pessoas “poderem cursar uma determinada disciplina ou fazer um aperfeiçoamento em outra cidade”.

Formado no curso de Gestão Pública, Michael de Paula conta que a rotina longa e exaustiva foi decisiva para que ele fizesse a graduação a distância. “Trabalho de segunda a sexta, em média de 10 a 12 horas por dia, exercendo cargo de chefia. Como meu tempo era limitado e muito oscilante em virtude de meu trabalho, teria dificuldades em me dedicar a um curso presencial.”

Fernanda Montero, gerente da Cia de Talentos, consultoria que atua na área de Recursos Humanos, concorda. “Acredito que um grande diferencial seja a flexibilidade de horário nos estudos e consequente disponibilidade de horários ao trabalho.” Além disso, “há uma tendência destes [alunos] serem profissionais dedicados e comprometidos, pois, para realizar um curso a distância, estas competências são fundamentais”, afirma.

Um dos elementos que contribuem para que a EAD continue avançando é justamente este, a flexibilidade. Para Ivete, esta “é uma característica com a qual você pode montar o seu horário de estudo e desenvolver as atividades no horário que for mais conveniente”. Por outro lado, ela pondera que esta modalidade exige que o estudante seja uma pessoa mais disciplinada e organizada. “A EAD concorre com a vida. Se você tem um horário determinado para ter uma aula presencial, você tem que se organizar para que isso aconteça. Essa auto-organização, essa disciplina são fatores importantes para quem vai estudar a distância”, reforça Ivete Palange.

Apesar de ter atuado como tutor e desenvolvedor de conteúdo EAD em curso realizado em seu trabalho e, portanto, já estar familiarizado com algumas características da educação a distância, Michael de Paula explica que “a grande questão é que, para se manter em um curso de EAD, especialmente uma graduação com sua longa carga horária, o aluno obrigatoriamente deve ter disciplina e muita organização pessoal, especialmente com o tempo que reservará para os estudos”.

Para Adriana Barroso de Azevedo, coordenadora pedagógica do Núcleo de Educação a Distância da Universidade Metodista de São Paulo, há ainda outra maneira de o estudante se desenvolver. “O aluno tem que aprender a trabalhar em grupo presencialmente, mas também em grupos virtuais. Ele precisa aprender a se relacionar de maneira virtual e desenvolver a competência da comunicação, e principalmente a escrita.”

 

Aceitação do mercado

Ivete Palange, da ABED, comenta que, na Associação, eles têm observado que “as empresas têm desenvolvido cursos corporativos usando essa modalidade [EAD]. Isso leva a crer que elas também estão mudando a sua forma de ver os cursos a distância”.

“O mercado tem cada vez mais aceitado esta formação, pois temos visto instituições sérias formando sólidos profissionais por EAD”, reforça Fernanda Monteiro, da Cia de Talentos. “Sabemos que há excelentes cursos a distância e que trazem grandes aprendizados e são portas de entrada no mercado profissional para muitas pessoas”, completa.

Além do aprimoramento teórico-prático, Michael de Paula teve a oportunidade de receber uma promoção, destinada apenas a profissionais de nível superior. Segundo ele, como não há professor o tempo todo, a busca por informação deve ser contínua. “Comparando o EAD a um curso presencial, acho o primeiro muito mais puxado, já que desenvolvemos toda a carga horária (e um pouco mais) realmente estudando.”


Saiba mais sobre os resultados do Censo 2012/2013 realizado pela ABED.

Comunicar erros


Leia mais notícias sobre: