Tecnologia colocará ensino a distância à frente do presencial, prevê presidente da ABED

Dirigente falou na Assembleia Docente da Metodista, que receberá seminário nacional em maio

05/02/2019 16h15 - última modificação 05/02/2019 16h30

Dirigente falou na Assembleia Docente da Metodista, que receberá seminário nacional em maio

Prestes a sediar o Seminário Nacional ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância), em maio, a Universidade Metodista de São Paulo recebeu na noite de 5 de fevereiro último o professor Frederic Michael Litto, presidente da entidade e firme defensor da modalidade, que a seu ver é o futuro reservado ao ensino. Com formação pela University of California e Indiana University, entre outros, ele mostrou que EAD já é dominante em todos os cursos teóricos no mundo e avança sobre graduações que exigem habilidades práticas, como as da saúde.

“A telemedicina é uma realidade”, apontou em palestra na Assembleia Docente de 2019, orientando professores a se capacitarem nas plataformas digitais para fazer frente às novas gerações de “alunos tecnológicos”.

A Metodista recepciona o 15º Seminário Nacional ABED em 28 e 29 de maio próximo. O último Censo da Educação do MEC indica que eram quase 1,8 milhão de alunos na EAD em 2017, ou 22% das matrículas no ensino superior no Brasil. Só em 2017, cerca 1,1 milhão de novos alunos optaram pela Educação a Distância, um aumento de 27,3% comparado a 2016.

Professor Frederic Litto disse que o Brasil está atrasado em relação a outras experiências mundiais de ensino online. Citou que na Europa as melhores universidades se uniram em consórcios para oferecer nanocertificações, em que o aluno escolhe os módulos que o interessam em determinada especialização, sem necessidade de cursar todas as disciplinas. “Ninguém tem mais paciência de ficar dois anos em um MBA”, afirmou.

A possibilidade de estudar em escolas internacionais, inclusive, é uma das vantagens da EAD, segundo enumerou, ao lado da flexibilidade de horários, do acesso de qualquer lugar onde há internet e do aspecto inclusivo. “Só 50% dos municípios brasileiros têm alguma instituição superior e pelo menos 14% da população é incapaz de sair de casa, seja por problema de mobilidade física ou por questão financeira”, apontou.

Conteúdo qualificado

Segundo o presidente da ABED, que é professor emérito da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, graduações a distância tendem a reunir conteúdo mais qualificado que as presenciais porque são preparadas por equipe multifacetada de 10 ou 15 professores, em lugar de um único docente em sala de aula. Também disse que educação a distância não se dá apenas por meio de cursos formais: museus, bibliotecas, arquivos oficiais e laboratórios científicos abertos ao acesso virtual são outras plataformas de aprendizagem.

Sobre a figura do professor, Frederic Litto garantiu que não vai acabar, mas se transformar. “A tecnologia e o novo estilo de vida vão mudar a figura do mestre. O professor tem que se modernizar e adaptar-se às plataformas digitais para falar com alunos das novas gerações”, disse, avisando que isso ocorrerá em todas as profissões:

“Hoje há até correções automáticas de trabalhos de estudantes feitas com 90% de acerto para atribuição de notas. Tudo o que as máquinas puderem fazer vai-se suprimir dos humanos”, afirmou, citando que no passado houve igual resistência com a invenção do automóvel e da máquina de escrever, mas que se trata do mundo em evolução.

Professor Litto advertiu, porém, que EAD não é para todos: é preciso motivação, disciplina e autonomia do aluno. E acrescentou que formações que lidam com vidas e precisam desenvolver habilidades não-teóricas podem se valer de estágios práticos. O presidente da ABED foi recebido pelo reitor da Metodista, professor Paulo Borges Campos Júnior, e pelo diretor da EAD, professor Marcio Oliverio. O evento contou com apresentações do Coral da Metodista.

Esta matéria foi publicada no Jornal da Metodista.
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