Digital deu agilidade ao jornalismo, mas facilitou fake news, lamenta especialista
18/02/2022 15h05 - última modificação 21/02/2022 15h24
A tecnologia facilitou a produção e difusão da informação, mas trouxe particularmente ao jornalista adversidades como abundância das chamadas fake news e desrespeito à regulamentação da profissão. No combate a esse cenário, a maior arma do profissional está na ética. “Quem não tem ética não é jornalista nem produz jornalismo de verdade. Precisamos pensar em como reconstruir a profissão e isso passa por debater a regulação da carreira sobretudo em portais como UOL, G1 e Terra, cujas redações respondem a essas empresas de tecnologia, não ao jornalismo”, afirma a mestre em Cibercultura e doutora em Ciberjornalismo Caru Schwingel.
A especialista palestrou na aula magna deste 1º semestre do curso de Jornalismo EAD da Metodista sobre Jornalismo da Era Digital, Oportunidades e Desafios e se disse preocupada com o papel social do jornalista, que já era importante quando foi pensado para a sociedade industrial do século passado e tornou-se fundamental na atual sociedade da informação. Caru lamentou a pouca valorização da carreira diante da profusão de não-jornalistas e candidatos a celebridades que divulgam mentiras ou informações não apuradas como se fossem verdades pelas plataformas digitais.
Mais acesso às fontes
Segundo ela, a virtualização das redações precarizou a profissão na medida em que não há mais jornalistas à frente da operação informativa, substituídos pelo “rapaz que mexe com internet” e que responde pela transposição do impresso para o digital.
Mesmo assim, Caru Schwingel disse que a era digital e o ciberespaço, como define, trouxeram muitos benefícios ao jornalismo profissional, entre os quais a facilidade de acesso a fontes de informação por meio das redes sociais, o uso de aplicativos como multiplicadores de conteúdo, a customização da informação para públicos específicos e a memória, isto é, a disponibilidade do texto e da imagem em tempo real e de forma perene. Também citou como vantagens as interações on-line e a flexibilização do tempo e do espaço como fator de produção. Isso significa que não há mais a pressão do relógio e das linhas de laudas a limitar a criação do texto, como na modalidade do impresso.
Acompanhe a íntegra da aula magna, conduzida pela coordenadora do curso de Jornalismo EAD da Universidade Metodista de São Paulo na noite de 16 de fevereiro último, prof. Tassiane Boreli Pinato.