Cientista social diz que Jornalismo deve ir além da mídia ocidental, pois o mundo tornou-se multipolar

Quebrar a hegemonia das mídias ocidentais e diversificar canais de informação é a orientação do filósofo e cientista social Francisco José Nunes sobre como jornalistas devem atuar no novo mundo que ele classifica de multipolar e que se contrapõe ao até agora existente bipolarismo Estados Unidos-Rússia.  O docente e estudioso de cenários internacionais endossa diversos autores que datam o 7 de fevereiro de 2022 como marco desse novo cenário de países em busca de soberania e autonomia territorial, longe do binômio Ocidente-Oriente.

“O epicentro desse tema recente chamado de mundo multipolar foi a declaração conjunta Rússia-China em 7 de fevereiro deste ano e que propõe a refundação da ordem mundial estabelecida na segunda metade do século 20”, disse o professor Francisco Nunes sobre os extremos que alinharam o mundo depois da 2ª Guerra Mundial, os Estados Unidos e a antiga União Soviética.

O professor na Faculdade Paulista de Comunicação (FPAC), que também atuou como docente na Cásper Líbero durante 22 anos, falou na aula magna do curso de Jornalismo da Educação Metodista a Distância na noite de 19 de agosto último sobre Jornalismo no Mundo Multipolar. Ele fez críticas à grande mídia ocidental, que a seu ver “apenas reproduz releases da Casa Branca”, e defendeu que profissionais da imprensa saiam dessa perspectiva exclusiva americana. Citou pesquisadores, escritores, sites e jornais russos e chineses como alternativas de leitura.

Para o professor e cientista social, a guerra da Rússia contra a Ucrânia se trata, entre outros, de autodefesa de Moscou, que sentiu as fronteiras ameaçadas pelo avanço das forças militares ocidentais da OTAN. Acompanhe a íntegra da apresentação do professor Francisco Nunes, criador do projeto Café Filosófico na Paulista e ativista do movimento negro e antirracista Círculo Palmarino.