Workshop aborda elementos essenciais para a produção audiovisual

31/08/2016 09h50 - última modificação 08/09/2016 12h51

Pedro Zuccolotto

Uma produção audiovisual não é algo simples ou fácil de ser feito. Além de uma boa equipe e equipamentos de qualidade, é necessário ter conhecimentos vastos sobre todo o processo. Rafael Potenza e Paulo Kobayashi, sócios fundadores da produtora What’s The Cool Idea (WTCI) e formados na Faculdade Cásper Líbero em Rádio e TV, falaram sobre os aspectos essenciais de uma boa produção e debateram sobre o futuro do mercado audiovisual no Workshop “Do roteiro à edição – o essencial para um produto audiovisual completo”, promovido pela Cátedra UNESCO/Metodista de Comunicação no dia 26 de Agosto.

Potenza e Kobayashi dividem em 5 etapas o processo de produção de qualquer produto audiovisual. Inicialmente, é necessário realizar uma pesquisa sobre o assunto que será abordado. Sem um conhecimento prévio sobre determinado tema, é impossível encaminhar o roteiro que será feito e, por consequência, realizar a produção devida do vídeo. Apenas com a pesquisa feita é possível saber quais opões estão disponíveis para escrever o roteiro. “Se você pular a etapa da pesquisa você estraga o roteiro, e se você não fizer o roteiro e tentar gravar você não saberá o que gravar. É um trabalho todo interligado”, afirma Rafael Potenza.

A etapa seguinte é construir o roteiro. Com o roteiro é possível organizar o vídeo de forma coerente e gradual. Potenza destaca a importância da narrativa, afirmando que tudo é narrativa e precisa ter introdução, desenvolvimento e conclusão. Para exemplificar, Paulo Kobayashi e Rafael Potenza explicam o Paradigma de Syd Field, um modelo de narrativa que se desenvolve em 3 atos: apresentação, onde o protagonista surge pela primeira vez; confrontação, onde problemas surgem e o protagonista precisa enfrenta-los; e resolução, onde o protagonista, por fim, resolve todos os conflitos. Potenza chama a atenção para a importância de se estudar os modelos clássicos ao tentar criar narrativas que fogem do padrão, pois “não há como inovar sem conhecer o que já foi feito”. Kobayashi ressalta a importância de se produzir um roteiro ao realizar entrevistas jornalísticas e documentários também.

A próxima etapa é a pré-produção, a etapa onde é feita uma pesquisa sobre o roteiro e que possibilitará a materialização do produto audiovisual. Apenas com a pré-produção é possível ter uma ideia da dimensão final do vídeo e do quanto isso custará para o cliente. “Na nossa profissão você sempre terá várias ideias, mas na hora de concretizar isso você vai ver que é um caminho muito difícil”, afirma Paulo Kobayashi enquanto mostra o roteiro de um vídeo feito por eles para demonstrar como é complexa a produção. Rafael Potenza também complementa dizendo que é importante organizar o dia de filmagens e se ater à realidade do projeto.

Seguindo a apresentação, a parte da produção é abordada. Essa é fase da realização do projeto onde a pesquisa, roteiro e pré-produção se concretizam. Potenza e Kobayashi ressaltam que a qualidade dos equipamentos deve sempre estar em mente, uma vez que pode afetar também a qualidade do produto final. Rafael Potenza também adverte que a edição não poderá trazer um filme de qualidade com uma produção ruim, logo, é preciso dar alta relevância ao processo de produção.

Por fim, a pós-produção é a etapa que unirá todas as anteriores e dará a forma final ao produto, envolvendo edição e decupagem [localização, divisão e nomeação de cenas gravadas que serão úteis na edição]. A decupagem se torna um item extremamente relevante para não se perder tempo procurando cenas específicas nos arquivos de filmagem. Rafael Potenza adverte que a edição não poderá trazer um filme de qualidade com uma produção ruim, logo, é preciso dar alta relevância ao processo de produção. “O melhor é não correr o risco de contar com a edição para resolver todos os problemas”, conclui Potenza.

Ao final, Rafael Potenza e Paulo Kobayashi debatem sobre o futuro do consumo de vídeo e o impacto gerado na sociedade. Utilizando dados de consumo de vídeos em redes sociais de peso como Facebook, Snapchat e YouTube, Potenza e Kobayashi concluem que, hoje, é possível para qualquer pessoa, com um celular, produzir e publicar conteúdo audiovisual, uma vez que todos podem ter acesso a canais de publicação de conteúdo. Além disso, o formato vídeo está cada vez mais inserido na vida das pessoas – seja em redes sociais, em propagandas ou no entretenimento – e, por isso, o consumo de vídeos tenderá a aumentar exponencialmente no futuro.

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