Série Dilema Habitacional #04 Minha Casa Minha Vida

Na última parte do debate, pesquisadora discute o Minha Casa Minha Vida

19/06/2018 14h35 - última modificação 19/06/2018 14h34

Igor Neves

No último vídeo da série sobre o debate habitacional promovido pela Universidade Federal do ABC (UFABC), a professora Patrícia Maria de Jesus discute a importância do programa Minha Casa Minha Vida e sua atuação junto aos movimentos sociais para a construção de novos edifícios e reforma de prédios antigos em São Paulo.

Patrícia conta que quando o programa Minha Casa Minha Vida foi proposto ao ex-presidente Lula, em 2009, os movimentos sociais perceberam que o modelo não contemplava as suas necessidades. Então, logo após o lançamento do projeto, foi criada a modalidade Entidades, em que esses movimentos teriam controle sobre uma parte da verba para atender as demandas, porém, ainda insuficientes. “Desde a sua gestação, essa modalidade do programa é marginal na sua proposição, o recurso é meio por cento de todo o montante do programa”, afirma.

Dentro da modalidade Entidades uma parte da verba é separada para a reforma e a reabilitação de prédios antigos e abandonados. Para a pesquisadora, se houvesse uma adesão mais ampla desse projeto, tragédias como a do Largo do Paissandu teriam sido evitadas. Patrícia ainda cita dois casos de experiências de sucessos de prédios reabilitados: o edifício Dandara, na avenida Ipiranga, e o hotel Cambridge, na Rua Álvaro de Campos.

Para a professora falta apoio dos governos municipais e federais para a implantação da modalidade. “Quando você vai fazer a operação desse programa no município, você precisa ter um apoio financeiro, institucional e técnico das outras instâncias de poder, então, você precisa ser apoiado pelo município e pelo governo do estado. Esse arranjo federativo não nos favoreceu”, conclui.

Assista a entrevista no vídeo abaixo:

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