Primeiro dia do Pensacom discute juventudes e comunicação
12/12/2018 09h15 - última modificação 12/12/2018 12h28
Igor Neves
Professores, alunos e pesquisadores estavam reunidos às 10 horas da manhã, no último dia 10, no Centro de Formação e Pesquisa do SESC São Paulo, para a abertura da quinta edição da Conferência do Pensamento Comunicacional Brasileiro (Pensacom Brasil), que discutiu Comunicações, Conexões e Juventudes.
O colóquio de abertura teve falas do vice-presidente da diretora administrativa da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), Fernando Almeida e Sônia Jaconi, e do coordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista (PósCom/ UMESP), Luiz Alberto Faria.
Luiz Alberto destacou a importância do professor Marques de Melo para a área da comunicação. “Não há melhor oportunidade de alguém demonstrar sua relevância, sua importância, do que quando sua obra está presente entre nós, seja no nosso coração, seja na nossa mente, nas nossas palavras”.
Sônia explicou como surgiu e se desenvolveu o Pensacom. “A ideia do Pensacom, segundo o professor Marques de Melo, era mapear o pensamento comunicacional produzido no Brasil. De lá para cá, o evento foi encontrando o molde mais adequado para fazer esses estudos”, contou.
Logo após os discursos, foi a vez da homenagem à José Marques de Melo que contou com a presença das pesquisadoras Margarida Kunsch (Intercom/USP), Maria Immacolata Vasallo de Lopes (Intercom/USP) e Anamaria Fadul (Intercom).
Maria Immacolata relembrou o professor como uma liderança na luta pela institucionalização e reconhecimento da comunicação como uma ciência própria e do seu perfil como historiógrafo. “Ele tinha o dom de olhar o campo mostrando a sua história, ou induzindo a fazer sua história”.
Já Anamaria Fadul destacou a visão de Marques de Melo sobre o curso de jornalismo. “Uma coisa que me chamou atenção nele era a visão que ele tinha do ensino de jornalismo, que era pensar a relação das universidades com as empresas”.
Após a homenagem foi a vez do professor da PUC do Rio Grande do Sul, Maurício Perondi, apresentar o colóquio Comunicações, Conexões e Juventudes.
Para o professor, um dos erros historicamente mais comuns relacionados à juventude é não tratar o jovem como um sujeito ativo e produtor de conhecimento. “Se a gente tem dificuldade para compreender aquilo que os jovens do hoje estão nos trazendo, apresentando e expressando é porque a gente precisa conhecer mais essa juventude, precisamos nos aprofundar no que esses jovens estão vivendo, pensando e produzindo”, comentou.
O conceito de juventude vem mudando ao longo do tempo, inclusive modificando a sua faixa etária, porque, segundo Perondi, “a juventude não é só uma questão de idade, é uma construção sócio-histórica-social”.
Ainda no período da manhã, Gabriela Neves, assistente técnica da gerência de estudos e programas sociais do SESC, apresentou o Programa Juventudes, que visa promover o diálogo e fortalecer a convivência entre os jovens.
O período da tarde ficou reservado para a apresentação dos artigos nos Grupos de Trabalho (GT), como foi o caso de Isabela Matos Lobão, que apresentou seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), sobre a evolução da representação da mulher nos projetos gráficos das capas da revista Claudia.
Os alunos do PósCom, Arthur Marchetto e Renan Marchesini de Quadros Souza também apresentaram o trabalho conjunto no evento, sobre as aproximações entre o jornalismo Gonzo e a banda brasileira, Ratos de Porão.
A pesquisadora Georgia de Mattos, ainda apresentou seu artigo sobre a representação da transexualidade do personagem Ivan na novela da Rede Globo, A Força do Querer (2017), sob a perspectiva dos estudos culturais.
O primeiro dia terminou com lançamentos dos livros Cartografias da Teledramaturgia Brasileira: entre rupturas de sentidos e processos de telerrecriação, de Adriana Pierre Coca; Deus foi dormir: histórias de vida da favela Cidade de Deus, de Iago Porfírio; Rússia 2018 - A Copa dos Imigrantes, de Paulo Roxo Barja; O mundo faz sentido quando brinco, de Paulo Roxo Barja e Cláudia Regina Lemes; e A canção romântica no Brasil dos anos de chumbo, organizado por Heloísa Duarte Valente.