Pesquisa científica com apoio de softwares: organização e produtividade

04/04/2019 12h20

A integração entre diferentes ferramentas possibilita ao pesquisador sistematizar o imenso volume de bibliografias e formalidades. Imagem: José Alejandro Cuffia/ Unsplash

Victor Fermino

 A produção de artigos científicos, monografias, dissertações e teses podem ser facilitadas com auxílio de softwares, tornando os pesquisadores muito mais produtivos e focados. Assim como o Lightroom ajuda fotógrafos e o AutoCAD ajuda engenheiros, há muito a se aprender com o uso de ferramentas digitais na organização, redação e análise de dados quantitativos e qualitativos de trabalhos acadêmicos.

 No campo das ciências humanas, a IBM oferece o SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), um pacote composto por múltiplas ferramentas desenvolvidas justamente para organizar, catalogar, analisar e mensurar dados de pesquisas quantitativas. Mas a manipulação de dados não é algo exclusivo dos métodos quantitativos. O software NVivo, por exemplo, organiza informações de dados não estruturados, como entrevistas em profundidade, auxilia na análise do discurso, cria gráficos, entre outras funções.

 Mais ainda, a redação da pesquisa científica também pode ser auxiliada de múltiplas formas com o uso de programas acessíveis a todos. Catalogar referências pode ser um pesadelo, se feito manualmente, mas se torna uma tarefa muito tranquila com uso algumas ferramentas gratuitas, tais como o Zotero (www.zotero.org) e Mendeley (www.mendeley.com), que são os dois softwares de gerenciamento de citações mais utilizados atualmente no mundo acadêmico.

 Com recursos muito semelhantes, tanto o Zotero quanto o Mendeley são ferramentas de organização de referências. Ambos trabalham integrados ao Google Docs, ao Word e aos navegadores de internet mais utilizados, tais como Firefox, Chrome e Safari. Os principais benefícios são: organizar em um único lugar todas as referências, inserir as citações no texto, já de acordo com as normas da ABNT e, ao terminar de escrever, gerar a lista de referências com um só clique.

 A integração destes gerenciadores de citação com os navegadores de internet é uma verdadeira “mão na roda”. Ao instalar o Zotero ou o Mendeley, eles criam um ícone no navegador de sua escolha e, ao pesquisar artigos científicos na web e escolher os que mais lhe interessa, é possível inseri-lo no banco de dados dos softwares automaticamente e já formatados de acordo com a ABNT.  

 Para quem deseja ter ainda mais controle a dica é o LaTeX (www.latex-project.org), que substitui o Word ou o Google Docs por ser ele mesmo um sistema de preparação de documentos. Na verdade, não se trata apenas de um programa, mas sim de uma plataforma. Ele exige um pouco mais de dedicação para aprender a utilizá-lo completamente, entretanto, as possiblidades de controle dos processos são maiores. Um dos pontos fundamentais do LaTeX é que o documento é compilado depois, ou seja, geralmente não se vê como as coisas estão ficando enquanto edita.

 Ao aprender um pouco mais sobre o universo do LaTex, descobre-se ferramentas para integrar seu artigo sistematicamente às normas oficiais da ABNT (abntex2) e associar tudo ao Zotero (bibtex). Não é à toa que sua utilização é muito comum em artigos de diferentes áreas de atuação em todo o mundo. Para quem está iniciando na pesquisa cientifica com auxílio de softwares, esses termos técnicos podem assustar um pouco. Mas não precisa se intimidar. Tudo é muito intuitivo, o domínio é rápido e os esforços valem a pena.

 A integração entre diferentes ferramentas possibilita ao pesquisador, da graduação ao doutorado, sistematizar o imenso volume de bibliografias e formalidades. O resultado disso é que se liberta de diversas questões operacionais e consegue concentrar-se, de fato, no que é mais importante: o seu objeto de pesquisa.

Em breve, a Cátedra Unesco/Umesp irá produzir tutoriais para auxiliar os alunos e pesquisadores a compreender melhor o uso, a praticidade e os benefícios de se usar essas ferramentas tecnológicas para potencializar a produtividade das pesquisas acadêmicas. Fique atento e aproveite para se inscrever no canal da Cátedra no YouTube. 

 

 

 

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