Meio século de Brasil nas páginas dos jornais
10/03/2016 16h45 - última modificação 11/03/2016 13h30
Arthur Marchetto
O Brasil de meio século atrás via, em 1966, o Ato Institucional – 3 ser instaurado por Castello Branco e tornar indiretas as eleições de governadores e prefeitos. O país também presenciava a indicação do general Artur da Costa e Silva para presidente da República e, neste cenário, o Brasil passava por uma severa reforma econômica, desde 1964 e que permaneceria até 1968.
O “milagre econômico” viria no fim do período e permaneceria até 1973. No entanto, o desenvolvimento econômico foi uma preocupação nacional durante todo o período das mudanças. Com essa questão, o prof. José Marques de Melo aceitou o desafio de seus professores da Pós-Graduação em Comunicação e realizou o estudo de Jornalismo Comparativo, chamado “Estudo comparativo de três jornais brasileiros”. A pesquisa analisava a cobertura, a composição e os gêneros jornalísticos do dia 17 de março de periódicos que cobriam: uma metrópole regional, estadual e federal. Os periódicos escolhidos para preencher cada requisito foram o Jornal do Brasil (RJ), o Jornal do Commercio (RE) e o Correio da Paraíba (PB).
Como resultados da pesquisa foram, entre outros, que as qualidades técnicas, gráficas e jornalísticas dos periódicos estavam totalmente relacionadas com o nível de desenvolvimento do local em que o jornal era produzido, fazendo com o Jornal do Brasil apresentasse instrumentos mais modernos e maior quantidade de conteúdo publicitário que o jornal realizado na metrópole regional. Além disso, a pesquisa foi prestigiada e traduzida para o espanhol, inglês, chinês, russo, francês e árabe.
“O aniversário de meio século é um evento que abre portas para rever a pesquisa”, disse o prof. José Marques de Melo. Em 2015, grupos ao longo do território nacional analisaram, sob a coordenação do professor, o dia 17 de março na imprensa brasileira. Os resultados da pesquisa foram produzidos em forma de artigo e serão discutidos, às 9 horas, na quinta-feira (17). Os próximos passos também serão pontos de debate, uma vez que, na pesquisa original, o prof. José Marques de Melo uso como base de análise um dia típico de publicações na imprensa brasileira. “No dia 17 do ano passado as empresas jornalísticas tiveram um comportamento atípico”, comentou o professor, “já que coincidiu com o período das passeatas anti e pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff”, concluiu.