Jorge González fala sobre a importância de utilizar matrizes em pesquisas científicas

17/06/2016 10h15 - última modificação 06/07/2016 12h16

Victoria Roman

Trabalhar com pesquisa implica em diversas possibilidades metodológicas. Uma delas é trabalhar com Matrizes, que para o professor Dr. Jorge A. González, da Universidade Nacional Autônoma do México, favorecem uma análise mais aprofundada dos dados. Esse foi o ponto central da fala do professor no VIII Colóquio Internacional de Comunicação. Promovido pelo Grupo de Pesquisa Comuni e o PósCom da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), o colóquio foi realizado nesta terça (14) no Campus Rudge Ramos da UMESP.

González apresentou três matrizes concretas e uma interdependente, elementos indispensáveis na construção e execução de uma pesquisa.  A matriz conceitual (1) ou teórica seria a que dá conceito aos indicadores; a matriz empírica (2) seria aquela gerada a partir da teórica; e a analítica (3), segundo González, é a mais importante. “Uma vez que você processa a matriz analítica, você está estabelecendo outro nível de relacionamento entre as informações”, afirmou o professor. Todas essas matrizes obedecem ao que ele chamou de tomada de decisões, conceito ainda não bem aceito pelos cientistas, de acordo com o próprio pesquisador. A última matriz é a expositiva (4).

Em sua exposição, criticou pesquisadores contemporâneos da comunicação que, em sua opinião, resistem em detalhar suas pesquisas por receio de concorrência ou medo de tornar públicos seus dados e autores. Segundo o professor, isso prejudica a academia. Em um momento descontraído, chamou esse fato frequente de “ciência contaminada pelo David Copperfieldilismo”, fazendo uma associação ao ilusionista. Para ele, a ciência tem que ser humilde e mostrar sua vulnerabilidade.

Ainda falando sobre as formas de pesquisa, González muitas vezes relembrou que não é possível fazer uma pesquisa concisa sem trabalho empírico, e que os pesquisadores não podem participar somente como unidade de observação, mas como “agentes capazes de mudar por meio de uma ação, com uma práxis, suas condições”. Ele considera que o que realmente resolve os problemas são as ações decorrentes das pesquisas.

González também comentou sobre o programa de Doutorado da Universidade Nacional Autônoma do México, que já possui cinco anos e meio. Para ele, o programa não é simplesmente de Comunicação, e sim multidisciplinar, buscando confrontar problemas sociais no México e América Latina a partir de diversas áreas do conhecimento. Um dos principais focos do programa é estimular o trabalho coletivo, denominado pelo professor como inteligência distribuída.

 

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