Guillermo Orozco analisa a influência da tecnologia nos estudos de recepção

Por Mônica Miliatti

O pesquisador Guillermo Orozco, professor da Universidade de Guadalajara (México), mostra em colóquio realizado em 15 de junho na Universidade Metodista de São Paulo,  com o tema “Análisis de recepción televisiva: nuevos desafios metodológicos em tiempos de convergência”, a construção de nova metodologia para os estudos de recepção.

A organização do encontro foi realizada pelos grupos de pesquisas CoMMuniCult (Cultura nas Mídias e Mediações Culturais) e Comuni (Núcleo de Pesquisa de Comunicação Comunitária e Local), representados pelas professoras Magali Cunha e Cicília Peruzzo, docentes do Programa de Pós´-Graduação em Comunicação da Metodista. O evento contou com a participação do docente da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Bruno Fuser, que auxiliou o professor Guillermo durante a palestra.

Orozco apresentou algumas reflexões sobre a nova audiência televisiva, que hoje consome os conteúdos televisivos em plataformas diversas, como televisão e internet, e estabelece uma interatividade em diferentes níveis, como em comentários e participação em fóruns em sites, blogs e redes sociais.

Nesse contexto, o pesquisador aponta como as novas tecnologias estão interferindo e criando uma relação de interdependência com outros meios de comunicação. Ele apresenta uma metodologia, ainda em construção, que possibilita novas formas de estudo, em especial na América Latina, com base na reflexão da recepção (cultural) e do consumo (mercado).

Para testar essa metodologia, Orozco analisou a recepção do público diante da série “El Equipo”, veiculada na rede mexicana de televisão, Televisa. A avaliação foi feita com base nos comentários feitos na página oficial do programa, porém possui algumas problemáticas, já que não é possível identificar quem fez o comentário e que bases as pessoas utilizaram para a argumentação.

Para Orozco, as tecnologias digitais modificaram o pensamento analógico. “Não somos somente telespectadores, somos usuários e consumidores, fazemos mais do que interpretação, podemos interferir e interagir com o produto.”

Por fim, analisa que somos emissores e receptores de todas as informações, tendo a interatividade como principal ferramenta. Com os novos e velhos meios massivos, tornamo-nos seres “comunicantes movendo o cenário analógico e também o digital”.