Décima nona edição do Anuário da Cátedra reúne trabalhos sobre Comunicação e Religião

17/03/2017 17h30 - última modificação 04/04/2017 14h53

Foto: Pedro Zuccolotto

Arthur Marchetto e Pedro Zuccolotto

Anualmente, a Cátedra UNESCO/UMESP de Comunicação para o Desenvolvimento Regional reúne, em uma publicação, textos sobre pesquisas cientificas apresentadas no âmbito dos eventos promovidos pela Cátedra durante o ano. Para a edição 19 (disponível para o acesso aqui), foram selecionados textos oriundos da X Conferência Brasileira de Comunicação Eclesial (ECLESIOCOM), que foi realizado no dia 27 de agosto de 2015 na Universidade Paulista (UNIP), campus Indianópolis, com a temática Comunicação, Religião e Cidades.

Essa edição conta com 20 textos produzidos no âmbito da interface Comunicação e Religião de autores que estão inseridos em universidades de diversas regiões do Brasil, o que garante uma diversidade nas abordagens.

Como nas edições anteriores, o Anuário ainda é composto por uma apresentação, escrita por Magali Cunha, coordenadora do ECLESIOCOM, e Jorge Miklos, coordenador da edição 2015 da conferencia, que foram os responsáveis pela seleção dos textos, além do prólogo produzido por Antônio de Andrade, coordenador de projetos da Cátedra, que apresenta em seu texto um levantamento das diversas atividades realizadas pela Cátedra no ano de 2015.

Conversamos com Magali Cunha e Jorge Miklos sobre a temática abordada no Anuário 19. Eles comentaram os avanços no debate sobre Comunicação e Religião e sobre a realização da décima edição do ECLESIOCOM. Confira:

CÁTEDRA UNESCO/UMESP: A décima edição do ECLESIOCOM mostrou como este campo de pesquisa tem crescido com o passar dos anos. Quais os avanços conquistados no âmbito do debate e da pesquisa sobre a temática Comunicação e Religião?

Magali Cunha: Em primeiro lugar, um avanço na cobertura temática. Durante muito tempo as pesquisas em comunicação e religião se restringiam ao campo cristão e às produções midiáticas religiosas. Os avanços na Eclesiocom têm tornado possível a abertura para uma interlocução entre pesquisadores/as que passaram a ampliar as pesquisas para temáticas que envolvem religiões não-cristãs, para a dimensão cultural das religiões, para o lugar da religião nas produções não-religiosas e para os processos de recepção, para além da produção.

C:   Percebemos que gradativamente os campos da comunicação e da religião estão com suas fronteiras mais próximas. Como você observa o intercâmbio que se constitui entre as áreas da Comunicação e da Religião?

Jorge Miklos: A listagem de fenômenos sociocomunicacionais imbricados ao religioso é incessante, torna-se quase impossível catalogá-los. A abundância e a diversidade dos fenômenos apontam para a perspectiva na qual não é mais possível estudar Comunicação no Brasil sem levar em conta o lugar da religião, bem como não é mais possível estudar religião sem levar em conta os processos comunicacionais que com ela interagem. São campos sociais que se contaminam mutuamente. O midiático-profano se sacraliza e o sagrado-midiático se profaniza. 

C: Ainda sobre a décima edição do ECLESIOCOM, você sente que ocorreu alguma mudança no público do evento, seja no perfil ou na quantidade de participantes?

Magali Cunha: Em termos de quantidade, é nítida a evolução. Basta acessar os registros e identificar a curva ascendente de inscrições de participantes, especialmente com trabalhos. Quanto ao perfil, é significativa a característica interdisciplinar da temática. Há um predomínio de participantes da área da comunicação, mas há crescente participação de pesquisadores de História, Letras, Ciências da Religião, Teologia, entre outras áreas das Ciências Humanas e Sociais.

C: Como coordenador da décima edição do ECLESIOCOM , como você avalia a contribuição do evento para o campo acadêmico da comunicação?

Jorge Miklos: O evento proporcionou para o campo acadêmico um espaço interdisciplinar e multidisciplinar, específico e consolidado que congregou 23 instituições de ensino e pesquisa de 7 estados brasileiros; contou com 53 trabalhos apresentados distribuídos em 10 grupos de Trabalho, sendo eles: Religião, Cidade e Espaço Público Midiatizado; Mídia e Autoridades Religiosos; Religião e Ciberespaço; Corpo, Gênero e Imaginário Midiático; Cristianismo Midiático I e II; Mídia, Religião e Política; Rito, Consumo e Espetáculo em Tempos de Midiatização; Processos Comunicacionais e Religião. O ECLESIOCOM vem consolidando uma nova fronteira da Comunicação e das Ciências da Religião

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