Morre aos 88 anos jornalista e escritor americano que foi pioneiro no jornalismo literário

Tom Wolfe estava internado em um hospital de Nova York e faleceu nesta segunda-feira

24/05/2018 11h09

Imagem: Internet - Tom Wolfe

Giovanna Vidoto

O jornalismo literário é um gênero que revolucionou a escrita de não ficção a partir da década de 1960. É a união entre o texto jornalístico e a literatura, sendo produzido com mais aprofundamento em histórias que merecem mais detalhes e tempo para serem contadas. Esta área tecnicamente nova do jornalismo, também chamada de “novo jornalismo”, foge do noticiário leviano, revelando um cenário que geralmente fica escondido por trás da mídia ou por falta de tempo e espaço disponíveis nas matérias cotidianas.

Um dos principais nomes desse ramo é do jornalista e escritor Tom Wolfe, que se destacou pela sua forma de escrever, usando o humor com ironia e a sátira, num estilo de escrita diferente da que todos conheciam. Era uma produção que misturava gírias e atribuía novos sentidos às palavras.

Em 1963, Wolfe enviou sua ideia de fazer um artigo sobre a febre de carros customizados no sul da Califórnia para a revista Esquire. O editor do magazine, Byron Dobell, sugeriu que Wolfe enviasse a ele seus pensamentos e comentários, para que ambos pudessem trabalhar juntos no artigo. Wolfe escreveu uma carta para o editor, ignorando todas as convicções do jornalismo tradicional. Então, Dobell simplesmente publicou a carta na revista como se fosse um artigo. O texto foi motivo de ampla discussão e ajudou Wolfe a publicar seu primeiro livro, The Kandy-Kolored Tangerine-Flake Streamline Baby.

Isso foi o que Wolfe chamou de “novo jornalismo”, no qual alguns jornalistas experimentaram uma variedade de artifícios literários, misturando com os tradicionais costumes de imparcialidade jornalística.

De 1965 a 1981, Wolfe lançou nove livros de não ficção. É autor do clássico “A fogueira das vaidades”, lançado em 1987, e que até rendeu um filme nos anos 1990.

O autor faleceu nesta segunda-feira (14), em um hospital em Manhattan, Nova York, onde estava internado para tratar uma infecção e foi uma perda muito significativa no ramo do jornalismo.

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