Mídia, Religião e Cultura são temáticas de Colóquio de Pesquisa

23/06/2017 11h58

Grupo MIRE Foto: Vittória Cataldo

Vittória Cataldo 

Na terça feira, 20 de junho, foi realizado o II Colóquio de Pesquisa do Grupo de Pesquisa de Mídia, Religião e Cultura (MIRE), na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). O colóquio foi coordenado por Alexandra Gonsalez, doutoranda e mestra em Comunicação Social pela UMESP e contou com a apresentação dos estudos dos pesquisadores: Ricardo Alvarenga, jornalista, doutorando e mestre em Comunicação Social pela UMESP, com pesquisa na área de Comunicação e Religião, com foco na temática Comunicação e Igreja Católica; Luís Erlin, doutorando e mestre em Comunicação Social pela UMESP, graduado em Teologia, Filosofia e  Jornalismo; e Magali Cunha, jornalista, doutora em Ciências da Comunicação, docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social (Póscom) da UMESP e líder do Grupo de Pesquisa MIRE.

O primeiro relato de pesquisa foi de Ricardo Alvarenga, com sua pesquisa intitulada “A Comunicação da Igreja Católica no Brasil: as tendências comunicacionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil”. Alvarenga conta que a sua pesquisa surgiu a partir de um questionamento sobre o surgimento e o desenvolvimento dos processos de comunicação na Conferência nacional dos Bispos do Brasil.

Alvarenga partiu da reflexão sobre a relação da Igreja Católica com a Comunicação no Vaticano e na América Latina. Analisando sempre as posturas adotadas pela Igreja com relação aos meios de comunicação, a partir dos textos dos seus documentos. Ele também fez um resgate sócio-histórico do Brasil colônia, passando pelo Brasil Império e República, buscando compreender a relação da Igreja com a sociedade.

A discursão sobre a perda da influência da Igreja sobre a sociedade é uma questão que perpassa toda a pesquisa de Ricardo Alvarenga. O pesquisador sistematizou na sua pesquisa três aspectos dos processos de comunicação da CNBB: 1) Evolução do Secretariado Nacional de Opinião Pública; 2) Lideranças de Comunicação (quem foram os Bispos e os assessores responsáveis pela comunicação); e 3) Ações de comunicação (resgate das principais ações de comunicação da conferência). “Foi uma pesquisa muito difícil de fazer, mas de fato é uma pesquisa que me deu muita satisfação” finalizou.

O segundo relato foi a Pesquisa intitulada “Comunicação Material com as Divindades – Tipos de formas de ex-votos na religiosidade popular” de Luís Erlin, que explica que voto significa o pagamento de uma promessa á uma divindade e que o ex-voto deve ser visto como uma comunicação com as entidades, relação que pode ser recuperada ao longo da história da humanidade.

Erlin explica que pensar no ex-voto somente dentro do catolicismo popular parece uma concepção bastante reducionista. Além disso, há outras formas de pagamento de promessa que não se enquadram na tipologia adotada até então, como comidas e tatuagens. Erlin deixa claro que o objetivo da sua pesquisa é estudar e reclassificar a tipologia dos ex-votos criada por Jorge Gonzáles e adotada pelos estudiosos da Folkcomunicação, ampliando a sua compreensão deste fenômeno no processo comunicacional relacionado às religiões cristãs e não cristãs.

Por fim, o terceiro relato de Magali Cunha com sua pesquisa intitulada “Mídia, religião e política no Brasil: o ativismo evangélico nas mídias sócias”. Magali esclarece que ativismo é a transformação da realidade por meio da ação prática; doutrina ou argumentação que prioriza a prática efetiva de transformação da realidade em oposição à atividade puramente teórica, e que o ativista é uma pessoa que trabalha de modo ativo por uma causa.

O objetivo da sua pesquisa foi avaliar a atuação dos grupos evangélicos que praticam ativismo político nas mídias no Brasil do tempo presente. As mídias sociais utilizadas para a pesquisa foram Facebook e o Twitter. A estudo realizada pela docente do Póscom foi publicada pela Editora Prismas, na obra “Do púlpito às mídias sociais. Evangélicos na política e ativismo digital”, que encontra-se disponível para venda no link: https://pag.ae/bmlqGxq.

A obra foi organizada em três capítulos. O primeiro capítulo traz uma visão dos estudos que analisam a presença dos evangélicos no Brasil desde a chegada dos primeiros missionários no século 19 e a construção da identidade do grupo em meio ao extenso mosaico formado pela diversidade de dinâmicas religiosas no País. Já o segundo capítulo apresenta a relação entre mídia, religião e política na segunda década do século 21, com ênfase na atuação da Bancada Evangélica no Congresso Nacional e na crescente presença de lideranças do segmento religioso em debates e campanhas frente à pautas políticas do seu interesse. O terceiro capítulo fecha o estudo com a novidade que emerge dos estudos deste tema: a emergência do ativismo digital evangélico. Magali Cunha realizou um levantamento dos perfis mais atuantes entre ativistas digitais evangélicos e traçou um quadro com suas características em termos de influência nas mídias.

Durante o Colóquio também foi divulgado do calendário de atividades do Grupo de Pesquisa para o segundo semestre de 2017: Agosto - Dias 28 e 29; Setembro – Dia 19; Outubro – Dia 17; e Novembro – Dia 21.

 

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