Mestrando do PósCom lança livro sobre sequestro de filhos de militantes políticos durante o regime militar

20/03/2019 17h05 - última modificação 20/03/2019 17h14

Da direita para a esquerda, Eduardo Reina e José Vieira, que foi uma das crianças sequestradas pelos militares no Brasil - arquivo pessoal

Trinta e quatro anos depois de ter sido proclamada extinta, a ditadura civil-militar brasileira (1964-1985) tem histórias que estão longe de ter acabado. São histórias que ficaram escondidas da população e dos livros. Histórias de sequestros e apropriação de bebês, crianças e adolescentes filhos de militantes de esquerda ou de pessoas contrárias ao regime ditatorial. Como um butim de guerra, as forças militares se apropriavam dessas vítimas, chamadas de “filhos de subversivos”, de “bebês malditos”. Na Argentina, há registro de 500 casos desse crime bárbaro contra a humanidade. No Brasil, o repórter Eduardo Reina, depois de ampla investigação, descobriu 19 casos de sequestro de bebês e crianças pela ditadura.

Na terça-feira, dia 02 de abril, às 19h, o Centro Universitário Maria Antonia, da Universidade de São Paulo (USP), recebe o lançamento do livro Cativeiro sem fim, de Eduardo Reina. O livro reportagem é uma parceria com o Instituto Vladimir Herzog e Alameda Casa Editorial, conta as histórias de 19 bebês, crianças e adolescentes que foram sequestrados durante a ditadura. - 11 ligadas diretamente à Guerrilha do Araguaia e outras oito no Rio de Janeiro, em Pernambuco, no Paraná e no Mato Grosso. Com a ajuda de militares, servidores públicos, funcionários de instituições e de cartórios, as vítimas foram entregues a famílias de militares e a pessoas ligadas aos órgãos de repressão. Algumas ainda procuram seus pais biológicos, e outras continuam desaparecidas, mas seus familiares contam suas histórias.

O livro reportagem traz mais do que apenas relatos de sequestros e desaparecimentos de crianças e adolescentes. É o registro dos atos - jamais admitidos ou investigados - praticados por agentes da repressão aos movimentos de resistência à ditadura brasileira e demonstra o terrorismo cometido pelo Estado durante o período. A obra é uma produção meritória, escrita por um jornalista que acima de tudo é um cidadão a serviço da Memória, da Verdade e da Justiça.

Durante o evento, acontece também uma mesa de debate com o autor do livro, Eduardo Reina, o premiado jornalista Caco Barcellos, responsável pelo prefácio da obra, e Eugênia Gonzaga, procuradora regional da República e presidente da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos. O autor também estará disponível para autografar cópias do livro, que será vendido no local. O projeto tem patrocínio da CAIXA.

 

Lançamento do livro Cativeiro Sem Fim

Data: 02 de abril (terça-feira)

Horário: 19h

Local: Centro Universitário Maria Antonia - USP

Endereço: R. Maria Antônia, 258/294, São Paulo - SP

* Entrada gratuita

 

Sobre o autor: Eduardo Reina atuou como repórter, editor, colunista, diretor de redação, entre outras funções, em veículos como Estado de S. Paulo, Diário de S. Paulo, Diário do Grande ABC, Comércio do Jahu, Diário Popular, Guia 4 Rodas e outros. Também atuou como assessor de imprensa em empresas, autarquias governamentais e sindicatos. Formado em Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo (1985), faz Mestrando em Comunicação Social na mesma instituição. Fez curso de complementação na Organização Internacional do Trabalho (OIT) na Suíça (1993). É ganhador de prêmios como Abril (1986, 1987), Estado (2010) e Imprensa Sindical (1993). Menção honrosa no prêmio Excelência Jornalística da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) (2010). Autor de Depois da Rua Tutoia (2016), No Gravador (2003) e integrante dos livros O Conto Brasileiro Hoje, Vol.5 (2007) e Contos e Casos Populares (introdução de Paulo Freire) (1984).

 

Sobre o Instituto Vladimir Herzog: o IVH é uma organização sem fins lucrativos, fundada em junho de 2009, para reiterar o compromisso do jornalista Vladimir Herzog - assassinado em 1975 por agentes do Estado, durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985) - com os valores mais altos da humanidade, implementando ações destinadas a preservar a Memória brasileira, promover o respeito aos Direitos Humanos e incentivar as boas práticas do Jornalismo. Nossa missão é contribuir para o engajamento da sociedade em uma cultura de Justiça, Democracia, Direitos Humanos e Liberdade de Expressão.

 

 Autor: Eduardo Reina

Edição: Alameda (11 3862-0850) - Instituto Vladimir Herzog (11 2890-6650)

Preço e número de páginas: R$ 56,00 (310 págs.)

ISBN: 978-85-7939-575-6

Formato: 14x21 cm

 

 

 

 

 

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