Grupo de Pesquisa Mídia Arte e Cultura discute Cultura Nerd

Projeto Capas de Disco e a Memória Visual da Música Popular Brasileira foi enviado ao CNPQ

26/10/2018 17h45

No último dia 17, durante a reunião do Grupo de Pesquisa Mídia Arte e Cultura (MAC), o aluno Anderson Alves da Rocha, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Metodista (PósCom/UMESP), apresentou sua pesquisa, orientada pelo professor Herom Vargas, “Do Lambda ao Bazinga! – Transformações e Recriações Culturais no Universo Nerd”.

Anderson abriu sua apresentação explicando que não existe um consenso sobre o significado exato do conceito de nerd. Para ele, as definições geralmente dadas pelo senso comum partem de pressupostos rasos e estereotipados. Ele elucidou que a ideia do nerd como tipo social nasceu com a revolução industrial, quando houve o êxodo da aristocracia rural para as cidades. Este grupo encontrou, ali, a burguesia industrial, e passou a existir um conflito entre as duas classes. A primeira, cujo conhecimento estava ligado à força física, de trabalho braçal, no campo, e a outra, composta por pessoas mais ligadas às máquinas, técnicas e inteligência. Esta é a clássica disputa presente na cultura pop entre o tipo nerd e o atlético.

Para Anderson, particularmente, embora o uso da palavra nerd seja muito recente – apareceu, pela primeira vez, no livro If I Ran a Zoo, de Dr. Seuss, em 1950 –, o conceito sempre existiu: “eu acho que o nerd existe desde que o mundo é mundo. Desde que surgiu um grupo humano, nesse conjunto, tinha um cara que era mais interessado em saber das coisas. Esse cara deve ter sido um xamã, um mágico, alguma coisa assim...”, ele diz.

Ao longo de toda a apresentação, o aluno apresentou diversos exemplos, ao longo da história da cultura pop, entre livros, séries, filmes e programas de TV em que a figura do nerd aparece, a fim de traçar uma linha do tempo da evolução destes personagens nas últimas décadas.

Sua pesquisa fixa-se em analisar a representação do nerd a partir do filme A Vingança dos Nerds (1984), até a série The Big Bang Theory (2007). Anderson explica que, com a virada do século, principalmente a partir da estreia do longa Matrix (1999), o nerd passou a mudar de figura nas telas do cinema e da TV, chamando a atenção dos aficionados por filmes para o mundo da ficção científica, promovendo um incentivo ao investimento em filmes do gênero.  

Na segunda parte da aula, o professor Herom Vargas falou com os alunos sobre ideias para um artigo sobre capas de discos da Jovem Guarda, o primeiro que comporá o projeto Música e Imagem: Capas de Disco e a Memória Visual da Música Popular Brasileira. Este será escrito em coautoria com o prof. Dr. Mozahir Bruck, da PUC Minas. O trabalho será apresentado no IV Congresso Internacional sobre Culturas – Memória e Sensibilidade: Cenários da Experiência Cultural Contemporânea, que acontece entre os dias 21 e 23 de novembro em Cachoeira do Sul (BA), na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

O projeto Música e Imagem foi enviado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e, em breve, será, também, enviado à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

O GP Mídia, Arte e Cultura se reúne toda primeira terça-feira de cada mês.  

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