Comunicação & Sociedade faz parte da história da academia brasileira

Revista foi a primeira na área de comunicação do país

21/06/2018 16h43

Foto: Fernanda Neves

Igor Neves

“A Comissão de Pós-Graduação em Comunicação Social, do Instituto Metodista de Ensino Superior, ao entregar ao público esta revista especializada, procura antes de qualquer coisa entrar em diálogo com o mundo universitário brasileiro e com os profissionais da área, a fim de que porventura fermentem em nossa Casa possam circular entre os interessados e suscitar debate, discussão livre e criatividade.”

É assim que é apresentada à comunidade acadêmica brasileira a primeira revista sobre a ciência da comunicação, a Comunicação & Sociedade, em sua primeira edição, lançada em julho de 1979, por seu primeiro editor, Jaci Correia Maraschin.

Quase 40 anos depois, a revista se tornou referência nacional no campo da divulgação científica. O professor José Marques de Melo, que foi o idealizador do projeto, conta que no início não foi fácil conseguir pessoas para fazer parte da publicação. “No começo a gente quase arranca os textos das pessoas. A comunicação era uma área desconhecida. Ninguém queria publicar em uma revista que não conhecia. Com muito esforço conseguimos textos de grandes personalidades como Ana Maria Fadul, por exemplo”, lembra.

Ainda segundo Marques de Melo, a revista foi ganhando seu reconhecimento e prestígio aos poucos. “Então, com o passar do tempo a Comunicação e Sociedade acabou se tornando o corpo e a alma do curso de pós-graduação da Metodista porque a gente poderia divulgar as novidades da Comunicação” (n. 32, 1999), lembra.

Em texto da edição nº 32, de 1999, José Marques de Melo divide a trajetória da revista em três partes: A primeira, que compreende os anos de 1979 a 1985, quando a revista é publicada pela Cortez Editora e recebe o apoio do CNPq, com publicações semestrais, sob o projeto do então reitor prof. dr. B. P. Bittencourt. “Sua meta educacional era conquistar o status de universidade para a federação de escolas de ensino superior instalada em Rudge Ramos” (n. 32, 1999).

Foto: Fernanda Neves

Na segunda fase, que vai de 1986 a 1993, a revista passa a circular mensalmente com interrupções em 1988 e 1990. Em 1991 volta a ser semestral, mas é interrompida novamente em 1992. Em 1993 “quando as autoridades eclesiais decidiram fortalecer o projeto de universidade, a reitoria voltou a investir na pós-graduação” (n. 32, 1999). No mesmo ano, a Metodista passou a ser credenciada com universidade.

A terceira fase não tem uma data final definida, mas representa o momento de fortalecimento dos cursos de pós-graduação, inclusive com a criação do doutorado em comunicação e das revistas acadêmica. “Elas voltam a ser canais privilegiados para difundir a produção das áreas de conhecimento que alcançavam maturidade acadêmica”.

Se no começo era difícil conseguir textos, agora o problema é administrar o volume de material recebido, é o que conta o atual editor de Comunicação & Sociedade, Mateus Yuri Passos. “Uma das dificuldades, que também é um ponto positivo, é a fila grande de submissão, muita gente envia artigos, tanto que a gente tá com as submissões em suspenso por enquanto para dar conta da fila e o gerenciamento disso”.

Ainda segundo o editor, para o futuro, a revista pretende aumentar sua nota junto a CAPES, de B1 para A2, além de ter maior presença fora do país. “Internacionalizar a presença do demográfico dos autores da revista, por um lado, e por outro, internacionalizar a penetração da revista, favorecer para que ela seja lida no exterior também”, conta.

 

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