Comunicação e Intolerância é tema de workshop

09/06/2017 07h25

Foto: Vittória Cataldo

Vittória Cataldo 

Ocorreu nesta quarta feira, 07 de junho, o workshop UNESCOM Comunicação e Intolerância, desenvolvido pela Cátedra Unesco\Metodista de comunicação para o desenvolvimento regional. O evento foi ministrado por Magali Cunha, jornalista, doutora em Ciências da Comunicação, docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social, coordenadora do Grupo de Pesquisa Mídia, Religião e Cultura (MIRE) e da Conferência Brasileira de Comunicação Eclesial (Eclesiocom) e colaboradora do Conselho Mundial de Igrejas.

A intolerância é causa histórica de grandes tragédias mundiais e segundo Magali, é um sentimento que não tem cor, sexo, idade, classe social, nacionalidade, e não é sinônimo de conservadorismo. Ela pode ser particularizada, coletiva organizada e governamental ou jurídica. A atitude intolerante é a negação do direito do que é diferente de existir, e quem é intolerante quer impor o pensamento único, não aceita a verdade alheia, pois constrói uma verdade e ela é tomada por uma veracidade única e inquestionável, que não aceita outra realidade como verdadeira.

Durante o evento, Magali nos convidou a refletir sobre o conceito e a prática de tolerância, que diferentemente do que profere o senso comum, não quer dizer “aguentar” o outro, mas aceita-lo e respeitá-lo o ser humano e naturalmente pensar diferente de cada um de nós. A tolerância é a capacidade de manter positivamente a coexistência, mesmo que difícil e tensa por conta das complexidades da vida.

Magali explorou alguns exemplos de intolerância como o machismo, o xenofobismo, homofobismo, racismo etc: “criamos o conceito de várias raças e devido a isso temos a ideia de que apenas uma é melhor”, criticou. Ela abordou ainda casos emblemáticos de intolerância como o racismo dos EUA, o nazismo a partir da Alemanha, o Apartheid na África do Sul e casos atuais também como o extremismo Islâmico, movimentos anti-imigrantes, neocolonialismo, limpeza étnica, o genocídio na Palestina e Sudão e os crescentes casos de intolerância no Brasil fantasiados de conservadorismo.

A religião foi outro tema explanado dentro do campo da intolerância. É comum relacionarmos as duas temáticas como causa e consequência, porém, “a religião é promotora da paz” enfatizou Magali, “e não a ocasionadora de diversos tipos de intolerância religiosa que o mundo presencia”, completou. A comunicação se faz fundamental neste quesito. Magali apresentou o conceito de incomunicação para tratar da maneira leviana com que a grande mídia trata a questão dos direitos humanos que, em geral, tendem a mostrar apenas um lado e reforçar a intolerância.

Por fim, Magali chama os profissionais, pesquisadores e estudantes de comunicação de missionários das mídias. “Missionário são aqueles que têm uma missão, e a nossa é humanizar os espaços midiáticos”, convidou.

 

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