Cátedra/Unesco Metodista promove debate sobre Islamismo e Mídia no último Workshop do semestre

O evento contou com mais de dez pessoas para debater o assunto com o Sheikh Jihad Hassan

27/11/2017 10h30 - última modificação 28/11/2017 13h03

Sheikh Jihad Hassan Hammadeh Foto de: Pedro Zuccolotto

 Vittória Cataldo 

É fato que o olhar da mídia sobre o Islã mudou após os atentados do 11 de Setembro. O ocorrido colocou o mundo islâmico no centro da opinião pública. Os discursos jornalísticos referentes ao Islã e os contradiscursos da parte muçulmana, ganharam força no que podemos chamar de “Islamismo e mídia”, que foi tema do último do Workshop segundo semestre de 2017, que ocorreu nesta quinta-feira, dia 23 de novembro, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

O evento foi ministrado pelo Sheikh Jihad Hassan Hammadeh, formado em Teologia e Jurisprudência pela Islamic University de Medina (Arábia Saudita), em Ciências Sociais pelo Centro Universitário de Anhanguera (Uni A) de Santo André e em história pela Uniban (São Bernardo do Campo). Atualmente é mestrando no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social na UMESP. Além de ser o representante da comunidade Islâmica no Brasil, Jihad é também diretor da Assembleia Mundial da Juventude Islâmica da América Latina (WAMY) e presidente do Conselho de Ética da União Nacional das Entidades Islâmicas (UNI). Mais de 10 pessoas participaram da palestra, aprendendo e adquirindo uma nova perspectiva do Islã.

O Sheikh iniciou o workshop dizendo que a paz é um dos atributos de Deus referente ao Islã e a palavra Islã tem por definição a entrega a Deus. “A base da religião islâmica é o conhecimento” afirma Jihad, e diz que a leitura é fundamental para chegar a Deus. “Ter conhecimento não apenas religioso, mas de todo tipo de conhecimento benéfico, já é uma adoração a Deus. Não existe uma pessoa muçulmana por imposição, é uma entrega voluntária”, declarou.

Ele explicou que os pilares básicos da Fé para o Islamismo têm como base a crença em um Deus único e de todos, denominado Alaah, e todo o restante é criatura criada por Ele. Jihad disse também que para os muçulmanos não existe conflito entre religião e ciência, já que o Big Bang também é uma criação de Deus.

Conforme elucidou o Sheikh, existem seis pilares para ser um muçulmano. Crer em um Deus único através do conhecimento. Crer nos anjos. Crer nos livros sagrados, já que esses, como explicou Jihad, são livros de regras e esse livro no Islã recebem o nome de Alcorão.

O quarto pilar é a crença nos profetas, que foram os professores que vieram para explicar e colocar na prática as regras dos livros sagrados. O quinto pilar é a crença no dia do juízo final que diz que as pessoas serão julgadas pelo livre arbítrio antes de entrar no Paraíso. O sexto e último pilar é a crença no destino. Mas como enfatizou Jihad, “o muçulmano não é aquele que apenas crê nesses seis pilares. É a prática deles que determina quem é ou não muçulmano”. E ressalta, “para ser muçulmano, precisamos reconhecer na palavra a existência de Deus, como também fazer a oração, jejuar no mês do Ramadan, entre outras coisas”.

Depois de explicar os pilares do islamismo, Jihad falou sobre o imaginário criado pela mídia em tornos dos muçulmanos. “A mídia, nos últimos tempos, traduz a religião muçulmana de forma generalizada, muitas vezes denominando como culpada a religião e não a pessoa. Por isso, nos damos conta de uma generalização grande referente ao terrorismo. Escutamos que todo terrorista é muçulmano, mas a realidade não é essa. A culpa não está na religião e sim na escolha da pessoa, que tem o livre arbítrio e será julgada no juízo final pelas suas escolhas”, conclui.

Para finalizar o evento, Sheikh Jihad abriu um debate sobre a temática e respondeu as perguntas dos participantes.  

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