Aluno do PósCom apresenta palestra sobre jornalismo investigativo

Eduardo Reina estuda o caso de bebês sequestrados pela Ditadura e falou sobre livro que será lançado em janeiro

30/10/2018 16h15 - última modificação 31/10/2018 00h26

Nila Maria

No último dia 18, Eduardo Reina, aluno do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo (PósCom/UMESP) apresentou a palestra “A Redescoberta do Jornalismo Investigativo na Imprensa Brasileira”, na qual discutiu seu trabalho com a produção do livro Cativeiro Sem Fim. A apresentação foi realizada no Metô XP, um ciclo de palestras sobre inovação e o futuro da área da Comunicação, realizado periodicamente e organizado pela mesma universidade.  

Eduardo Reina é jornalista, escritor, documentarista e, atualmente trabalha com a pesquisa Jornalismo Investigativo no Resgate da História do Brasil: O Caso dos Bebês Sequestrados pela Ditadura, orientado pela professora Camila Escudero.

Na palestra, Reina ressaltou a importância de ir a fundo na investigação para o exercício do jornalismo e relatou como foi o processo de apuração para a produção de seu livro, fruto de uma caminhada em mais de 20 mil quilômetros por todo o país. ‘Cativeiro Sem Fim’ contará a história de 19 pessoas que ainda eram bebês, crianças ou adolescentes no período da Ditadura tomadas de seus pais, que eram considerados, pelo regime, como pessoas perigosas.

Segundo Reina, seu interesse no assunto partiu da omissão da mídia brasileira e a falta de discussão acerca da temática. Considerando que países vizinhos, como Argentina, Uruguai e Bolívia, os casos de sequestros de bebês eram tão frequentes e comuns nos períodos ditatoriais, seria possível que isso também tivesse acontecido no Brasil, já que se trata de um país de tão vasto território. Hoje, seu trabalho conta com mais de 120 entrevistas e uma vasta pesquisa em livros e documentos.

De acordo com sua pesquisa, hoje, seis casos de sequestros de filhos de guerrilheiros do Araguaia foram comprovados e os nomes dessas vítimas constam nos documentos do exército, além de outros cinco casos ainda não solucionados.

Eduardo também contou sobre diversos desafios que enfrentou durante a investigação, como intimidações sofridas por parte do Exército, e as dificuldades em obter informações das fontes.

O lançamento do livro está previsto para janeiro, pela Alameda Editorial e o Instituto Vladmir Herzog, com data a ser divulgada.

 

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