Um estilo de vida impactado pelo mercado
06/09/2017 21h30
Amanda Romero
Victoria Soufia
Foto: Pexels
Seja na alimentação, vestuário, higiene, cosméticos, medicina e até mesmo no entretenimento, o vegano busca um estilo de vida que exclui qualquer tipo de uso ou ação que envolva origem animal, incluindo os seres humanos. Ou seja, o movimento também defende a libertação do homem, eliminando o consumo oriundo de empresas que exploram mão de obra análoga à escravidão.
Nos últimos anos, esse estilo de vida tem crescido muito no Brasil. O assunto tem se tornado cada vez mais recorrente no cotidiano das pessoas e as motivações circulam entre uma série de assuntos, como moralidade, saúde e sustentabilidade.
Hoje, estima-se que 5 milhões de pessoas em nosso país declaram-se veganas e as discussões sobre o assunto crescem a cada dia. Com o aumento dessa demanda e a necessidade de acompanhar novos públicos, o mercado tem se expandido em favor do veganismo.
São inúmeras marcas que já adotam discursos sustentáveis para sua comunicação e selos de "cruelty free" (em português, "livre de crueldade") para seus produtos. Sem contar as marcas que surgiram em prol desse estilo de vida e levantam bandeira vegana, colocando a razão de seus produtos como a preocupação com a causa.
Muitas vezes é preciso garimpar e ter consciência de que quase sempre, o investimento nesse tipo de produto será mais caro do que o usual. Ainda assim, o cotidiano pode exigir um maior planejamento.
"A maioria dos produtos veganos não tem um grande alcance de distribuição. Então, eu preciso comprar, por exemplo, minha pasta de dente em um lugar bem mais distante e fora de mão, enquanto as pessoas podem comprar seus itens de higiene no mesmo lugar onde fazem as compras do mês", declara o publicitário Rafael Gonçalves, vegano há dois anos e meio.
É preciso refletir sobre como o mercado se aproveita de tendências e nichos específicos, muitas vezes dificultando a forma que optamos por consumir ou levar um estilo de vida.