Projetos de extensão constroem uma sociedade mais humana
23/09/2016 22h25 - última modificação 23/09/2016 22h19
Denise Ayres
Geórgia Corletto
A geração que está saindo das universidades e se integrando ao mercado de trabalho é a chamada geração Z. São milhões de pessoas que nasceram no auge do desenvolvimento das tecnologias, ao contrário da Y, que cresceu juntamente, ou da X, que precisou se ajustar com o aparecimento dos avanços tecnológicos.
Os progressos da tecnologia trouxeram diversas mudanças as nossas vidas, como as facilidades de se comunicar, comprar, acessar informações e participar de discussões, mas como qualquer outro tema, também são acompanhados de desvantagens.
Todas as coisas sempre acessíveis e disponíveis promovem a falta de paciência e de contato físico, que acabaram se tornando comuns no nosso cotidiano. As pessoas apresentam traços mais intolerantes, distantes e com menos humanidade para com as dificuldades do outro.
Em contraposição, as empresas buscam uma maior interação com a sociedade. O conceito de sustentabilidade e responsabilidade social nunca esteve tão implícito nas atitudes organizacionais, principalmente devido às vantagens que ações socialmente responsáveis promovem, como a diminuição de ameaças ambientais e normativas, progresso da imagem institucional e ganhos na área de atrair e reter mais talentos.
Segundo o professor Victor Bigoli, diretor do Projeto Canudos da Universidade Metodista, as organizações procuram por profissionais de caráter mais humanista e esperam que seus colaboradores se engajem em questões sociais, mas grande parte ainda não promove esta abordagem dentro da empresa. Muito já foi feito, mas ainda há muito a se fazer na área social.
Com o intuito de aproximar discentes e docentes da comunidade onde estão incluídos, unindo ensino, pesquisa, extensão e experiência profissional, as universidades desenvolveram as extensões acadêmicas. A extensão universitária é uma ação de mão dupla, ou seja, da mesma forma que é passado todo aprendizado da Instituição para a comunidade, esta também compartilha seus conhecimentos com a mesma, seja de sua vida cotidiana, sua opinião sobre assuntos variados e até mesmo sobre o mercado de trabalho, uma vez que a instituição está lá para preparar verdadeiros profissionais.
Victor ressalta que participar de um projeto de extensão não impacta somente na bagagem profissional, mas principalmente na experiência pessoal dos alunos: “Aquele que opta em trabalhar com ações sociais se abstêm de todo tipo de preconceito. A pessoa precisa ter uma cabeça bastante aberta para lidar com questões políticas, geopolíticas e religiosas. É um coração muito aberto para qualquer possibilidade”.