Ser ajudado para ajudar!
23/09/2016 20h39 - última modificação 23/09/2016 20h39
Texto e foto: Bruna Machado
A escolha de uma graduação não é uma tarefa fácil aos jovens, mas Tainá Gregoruti, 21 anos, decidiu que queria um curso que pudesse ajudar a sociedade, então escolheu medicina. Tainá encontra-se em uma batalha a mais de três anos para cursar o tão sonhado curso, e uma das universidades escolhidas é a Universidade Estadual do Amazonas.
Qual o motivo desta escolha? Ela diz: “desejo passar parte da vida na Amazônia como voluntária, então pensei que poderia começar estudando por lá”. Mas questionada sobre ficar em sua cidade natal (São Paulo) e estudar por aqui, expressou que há uma alta demanda e concorrência em universidades públicas e que seu projeto de vida é ajudar uma população carente.
A jovem é paulistana e deseja mudar de cidade visando um projeto social ao povo ribeirinho que reside em Manaus. Seu interesse floresceu visando as dificuldades ao acesso a saúde, ela interpreta que “há falta de investimentos na saúde e afeta com intensidade a população que reside na Amazônia, como os ribeirinhos que não tem acesso ao atendimento básico de saúde”. A estudante conheceu os projetos dos ribeirinhos a partir de estudos e reportagens que retratam a dificuldade deste povo, bem como os programas voluntariados, e declara que “identifiquei-me com aqueles voluntários”.
Entretanto, para realizar a prova do vestibular há empecilhos financeiros, mas que não a desanimaram ao descobrir a ferramenta de crowdfunding, que seria uma forma de custear a sua ida a Manaus para realização da prova, precisando de aproximadamente 1.000 reais levando em consideração os dois dias de prova, passagem, hospedagem e alimentação. Ao realizar o sonho de conseguir uma vaga na universidade Tainá ainda precisará de ajuda para se manter, pretendo se sustentar com os subsídios que a universidade disponibiliza a universitários de baixa renda, que podem ser solicitados após a matricula.
Ver uma jovem com um pensamento solidário nos dias de hoje é difícil. Ela tem o intuito de ajudar pessoas de culturas diferentes ao invés de cobiçar o enriquecimento em uma profissão promissora. Tainá quer se especializar em cirurgia geral, pela defasagem no atendimento clínico básico e o alto custo em cirurgias, podendo assim ajudar este povo tão carente.
A jovem ainda não assimilou a importância do papel social que irá vir a desenvolver, reconhecendo que ainda não vai poder fazer muito, mas sabe que algo de bom vai deixar na vida deles e sempre tenta imaginar o tamanho da gratidão ao ver as fotos e vídeos de uma população que ainda tem brilhos nos olhos.