São Paulo bate recordes de seca e calor
29/10/2014 19h58
Fernanda Nascimento
Rubia Panuci
O calor que já era esperado devido às mudanças climáticas agravou-se ainda mais com o desmatamento crescente na área metropolitana. As chuvas abundantes da estação não vieram, as obras em andamento tardarão a ter efeito e o desperdício de água continua alto.
O cenário no qual São Paulo se encontra é extremamente crítico. Segundo a pesquisa Datafolha, 60% dos paulistanos enfrentaram problema de falta d’água nos últimos 30 dias. Muitas pessoas estão sem água em suas casas, dependendo de caminhões-pipa e o rodízio de abastecimento das cidades estão forçando shopping centers e faculdades a fecharem. “Eu fiquei 6 horas sem nenhuma gota de água em meu comércio. É impossível trabalhar desse jeito”, disse a comerciante Rita Leal.
A culpa de tudo isso seria apenas de “São Pedro”? Não. O ano de 2013 registrou índices de pluviosidade abaixo da média dos últimos 30 anos. Avisos foram dados, mas uma mistura de falta de administração, planejamento e o consumo abusivo do Brasil inteiro agravaram em muito a situação. Logo, antes de colocarem a conta no nome do santo, o governo é quem deve explicações de como chegamos a este ponto.
O governo tem papel fundamental de criar um ambiente de normas que incentivem o bom uso da água. Isso inclui atrair empresas dispostas a investir no setor, além de orientar a população a diminuir o tempo do banho, fechar a torneira enquanto escova os dentes, trocar a mangueira pela vassoura ao limpar a calçada, reutilizar a água de maneira mais racional, entre muitas outras medidas simples e fáceis de serem colocadas em pratica, porém vitais para a minimização do problema no país.
Estes trabalhos de conscientização da população e a aceleração das obras voltadas a este problema é que poderão mudar o cenário critico no qual São Paulo se encontra, caso contrário, esta crise poderá tomar proporções inimagináveis e afetar mais ainda futuras gerações.