Os desafios da Era da (Des)informação
04/10/2017 19h33
As notícias falsas se tornam pauta recorrente nas mídias
Bruno Badari
Daniel Caetano
Em um contexto onde as pessoas estão cada vez mais conectadas umas com as outras por meio da internet – e desconexas com a verdade –, a realidade dos fatos não mais importa, afinal, as opiniões baseadas em suas ideologias se sobrepõe ao debate sério e sadio de ideias e a mentira tem terreno fértil para germinar.
Notícias falsas ou fake news se tornaram pauta de debate público pois a incidência desses fenômenos aumentou muito nos últimos anos, após o advento da internet. Diversos casos se espalharam pelo mundo, como a possível influência das fake news na eleição para a presidência dos Estados Unidos em 2016 ou em decisões políticas importantes como o Brexit.
A explicação é que, antes, a mídia tradicional detinha o poder de publicar notícias e pautar o debate público, porém, hoje, todos podem postar nas mídias sociais. “O jornalismo profissional, que tem uma apuração mais refinada e que ouve os dois lados, não acontece nas redes sociais pois, muitas vezes, as pessoas dão suas opiniões sem embasamento”, afirma Eduardo Grossi, professor e Mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo.
O fato das pessoas tomarem muito do que é postado na internet como verdade faz com que informações sem embasamento sejam disseminadas como nunca antes na história. Este fenômeno cria ruídos de comunicação na sociedade e dificulta o acesso das pessoas a informações concretas. Hoje, existem muitos dados disponíveis, mas, infelizmente, não há como comprovar o teor de todas essas informações.
Atualmente, estão surgindo ferramentas de checagem de dados para combater as fake news mas o controle ou erradicação deste problema surgirá somente com a conscientização da população acerca da importância da veracidade das informações. “A sociedade vai passar por um período em que vai absorver muitas informações falsas, mas, em algum momento, as pessoas vão entender que elas estão sendo enganadas e vão se recusar a consumir este tipo de conteúdo”, completa Grossi.
