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ONG investe na parceria com empresas para inserir adolescentes na sociedade

O Instituto Papel de Menino cria laços aparentemente intransponíveis com internos há mais de 10 anos

05/11/2015 19h30

Instituto Papel de Menino dentro de uma penitenciária atendida pela ONG. Foto: Arquivo pessoal

Maira Mainardi
Yan Fernando

Em junho deste ano, a Secretaria Nacional da Juventude (SNJ) publicou um estudo referente à população carcerária do Brasil, e o estudo revelou que no período de 2005 a 2012 o número de detentos cresceu em 74%, sendo 54,8% jovens entre 18 a 29 anos. Com a aprovação da PEC 171 que possibilitou a mudança da constituição da maioridade penal para os 16 anos, o Brasil passa a permitir que indivíduos infratores possam ser punidos como um adulto.

É importante salientar que grande parte desses jovens não conseguem retomar seus estudos ou encontram dificuldades de inserção no mercado de trabalho por preconceito de possíveis empregadores, levando-os a tomar medidas ilegais para sobreviver.

Com o objetivo de mudar essa realidade, tem crescido o número de ONGs em parceria com empresas que investem em métodos socioeducativos para esses jovens, buscando incluí-los na sociedade e diminuindo as chances de retornarem para o sistema penitenciário. O acompanhamento e o incentivo educacional possibilita que esses jovens reconstruam sua autoestima e se sintam prontos para serem inseridos no mercado de trabalho.

Silvana Goulart, CEO da ONG Instituto Papel de Menino (IPM), afirma que a missão do instituto é  “gerar pessoas conscientes do seu papel na construção de um futuro melhor, que sejam agentes de transformação na família, no trabalho e no ambiente em que vivem”. Relatos de voluntários do IPM afirmam que os garotos constroem planos de como irão mudar a sua história ao sair do sistema penitenciário mas na maioria das vezes eles são frustrados e não encontram possibilidade alguma para estudar e trabalhar.

O Instituto constrói um laço forte dentro do sistema carcerário e acompanha cada menino, considerando-o único. A ONG é a voz do garoto entre seus direitos e deveres na sociedade, trabalha com psicólogos, assistentes sociais, professores de artes marciais, profissionais do artesanato e até mesmo ensinando os garotos a administrarem suas finanças.

 A parceria de empresas com ONGs, como o IPM, que constroem uma nova história a esses jovens é fundamental. Ao longo do tempo o Instituto conquistou parceiros que venceram as barreiras do preconceito e entenderam a seriedade deste trabalho, cedendo vagas de emprego a esses garotos e colaborando efetivamente na história de cada um e para o desenvolvimento da própria sociedade.

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