Desvalorização do catador de lixo é prejudicial ao meio ambiente
22/11/2017 20h03
Lucas Lima
Thiago Alves
Foto: Lucas Lima
O consumismo característico da população contemporânea é um dos fatores que contribuem para o aumento de lixo produzido pelo ser humano e é neste cenário que a figura do catador de resíduos se torna cada vez mais importante para a construção de um mundo mais sustentável.
Vítimas de um trabalho insalubre e muitas vezes descriminados, essa é a realidade dos catadores de lixo do nosso país. Logo eles que são responsáveis por um serviço tão importante para o meio ambiente e para a sociedade como um todo. São os catadores, agentes ambientais responsáveis por realocar o material no ciclo de reciclagem, convertendo o que é considerado lixo em mercadoria mais uma vez.
Toda essa desvalorização da sociedade com o coletor de lixo pode ser responsável por um dado preocupante. Pesquisas realizadas pela própria prefeitura apontam que na maior cidade da América Latina, São Paulo, apenas 1% de todo o lixo gerado é reciclado. Esses números se tornam ainda mais perigosos quando se é vista a quantidade de lixo que é produzida na capital paulista. A estimativa é de que são cerca de 3,4 milhões de toneladas todo ano.
Não bastassem as péssimas condições de trabalho, os catadores ainda sofrem com uma remuneração baixa se comparada ao valor dos seus serviços para o meio ambiente. Para Antônio Neto da Silva Pereira, 32 anos, catador de resíduos há 8 anos, "o valor que é pago no que recolhemos é muito pouco, as vezes trabalhamos 10 horas por dia pra no final receber 15 reais".
Outro fator crucial para esta depreciação ao coletor de resíduos é a falta de apoio governamental. Para “Neto” como é conhecido “os governantes deveriam entender a importância do carroceiro, nós estamos todo dia nas ruas prestando um serviço público para a cidade e não temos reconhecimento nenhum por parte deles”.