A falta de espaço das mulheres nos esportes
12/12/2016 15h48
Carolina de Assis
Laís Freire
Antigamente, as mulheres eram proibidas de participar de qualquer prática esportiva. Elas eram educadas para serem donas de casa, e por isso ‘’não precisavam’’ ter nenhuma aptidão física. Apesar de hoje os tempos serem outros, o lugar que a mulher ocupa nos esportes ainda é escasso e desvalorizado.
A participação desportiva feminina teve início nos Jogos Olímpicos de 1900, onde 11 mulheres foram até Paris, na França, para participar da primeira edição dos Jogos da Era Moderna. Maria Lenk foi a primeira mulher a participar das Olimpíadas, com apenas 17 anos de idade.
Anos mais tarde, em 1964, Aída dos Santos ganhou o quarto lugar no salto em altura nas olimpíadas de Tóquio, e tornou-se a brasileira com melhor desempenho na história dos Jogos Olímpicos durante 32 anos.
Segundo uma pesquisa desenvolvida pela professora de educação física da USP, Katia Rubio, as mulheres sofrem preconceito nos esportes e defasagem na conquista de medalhas olímpicas.
“Muitas modalidades ainda não ingressaram no programa olímpico ou ingressaram recentemente, como o salto com vara, em 2000. Só é possível desenvolver o esporte feminino se ele tiver o mesmo nível de respeito que o esporte masculino. O futebol feminino, por exemplo, ainda é tratado com o que sobra do futebol masculino”, explicou Katia Rubio.
Julia Calegari, estudante de relações públicas na Universidade Metodista de São Paulo, e jogadora de rugby desde 2012, compartilha a mesma opinião e ressalta que a diferença do reconhecimento entre o público feminino em comparação ao público masculino é nítida: ‘’a seleção brasileira feminina de rugby é 10 vezes campeã sul-americana invicta, já esteve entre as 10 melhores seleções do mundo e mesmo assim não recebe o prestígio que merece. No site da confederação você encontra a camisa da seleção masculina para vender, mas da feminina, não.
Agora, em 2016, as mulheres tiveram um marco histórico no esporte: o maior número de atletas femininas nos Jogos Olímpicos, um equivalente a 45% dos participantes. Levando em conta o número de mulheres ao redor do mundo e que ainda existem três países que simplesmente proíbem suas atletas de participar dos jogos, sabemos que não estamos evoluindo tanto assim.
A mulher, que é sinônimo de força de vontade, não deixará de lutar por seu espaço, seja ele no rugby, no futebol, no vôlei, nos palcos, nos caminhões e, principalmente, nos pódios.