A geração que veio para revolucionar
12/09/2011 14h23 - última modificação 08/08/2014 10h25
Ana Teresa Guerra
Rackel Rotondo
Aquela antiga tradição que jovens devem se formar em uma excelente faculdade para entrar em grandes empresas na busca de estabilidade profissional está saindo de moda! Hoje o objetivo é sucesso em curto prazo e a tão sonhada liberdade.
A Data Popular – empresa de pesquisa e informação – divulgou no início deste ano um levantamento que aponta a existência de 1,5 milhão de jovens empreendedores, entre 16 e 24 anos de idade, no Brasil. O nordeste é a região com o maior número de jovens empreendedores do país e os principais motivos vão desde poder trabalhar com o que gosta até flexibilidade no horário de trabalho. (Ver site: http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI328501-17180,00-BRASIL+TEM+MILHAO+DE+JOVENS+EMPREENDEDORES.html)
Jovens como a fotógrafa Ananda Camargo, que tem apenas 22 anos, mas que já sabe onde quer chegar e como irá enfrentar os desafios dessa experiência. Batemos um papo com ela para saber mais detalhes sobre a decisão de sair de seu emprego fixo para encarar o desafio do empreendedorismo. Ananda começou a trabalhar muito cedo, com 14 anos, e aos 21 decidiu que não iria mais ter chefe. “Fico livre para marcar compromissos durante a semana e acordar mais tarde. Também posso me focar em outros projetos pessoais e não precisar dar satisfações a ninguém. Posso ocupar meu tempo livre com coisas que gosto”, diz a fotógrafa.
Apesar de não existir a cobrança direta de um gestor, trabalhar por conta própria exige disciplina e organização. “O lado desafiante é justamente não ter ninguém te cobrando e ter de desenvolver – mesmo que não queira – a habilidade de cumprir com os compromissos dos clientes e ser uma pessoa organizada (coisa que eu não era muito),” explica Ananda.
Empreendedores da geração Y se destacam pelo domínio da tecnologia, capacidade de inovação, preocupação com a sustentabilidade e imediatismo. Essa geração mergulha de cabeça naquilo que acredita, mesmo sabendo dos riscos e das desvantagens, como por exemplo, não ter um salário fixo. “Eu sempre tive muita informação sobre como ter o próprio negócio e ir atrás do que eu gostava por conta da influência do meu pai, que é empresário há muitos anos,” exemplifica a fotógrafa.
O terreno de negócios no Brasil é fértil, mas não é fácil. Obrigações fiscais, juros altos, impostos e taxas elevadas dificultam o processo para quem está começando, mas quando falamos sobre o futuro, os números mostram que estamos a caminho de fomentar o empreendedorismo no Brasil e assim, o crescimento do país. “Hoje eu estou totalmente focada no meu negócio de fotografia e, em breve, espero fazer cursos no exterior e poder abrir o meu próprio estúdio,” finaliza Ananda.