O desenvolvimento de programas sociais no segundo setor
19/11/2015 22h23
Marco Bernardes, mestre em Administração com Waverli Neuberger, doutora em Ciências Biológicas. Foto: Lucas Ribeiro
Lucas Ribeiro
A desigualdade é um dos maiores desafios a ser enfrentado na atualidade, prova disto é que ela é o tema central que deu origem à criação das “Metas do Milênio”, acordo entre nações, desenvolvido pela Organização das Nações Unidas, com oito objetivos a serem alcançado pelos países participantes, para que assim todos tenham igualdade e maior qualidade de vida.
Preocupados com a atual realidade, a sociedade tem cada vez mais se mobilizado a lutar por melhores condições de vida. Como um meio de oportunidades, surgem os projetos sociais; importantes ferramentas na contribuição com a evolução socioeconômica de uma determinada comunidade. O propósito desses projetos é dar a região onde são executados, autonomia para continuarem como protagonistas do desenvolvimento da sua própria região.
Os programas sociais são multiformes, indo além do investimento financeiro na região, mas oferecendo também empregos, cursos de capacitação, e até mesmo eventos de cultura e lazer. Comumente tais projetos são executados por organizações sem fins lucrativos ou por órgãos públicos, mas este cenário tem mudado nos últimos anos com o interesse da iniciativa privada.
Como meio de estabelecer sua marca, estreitar o relacionamento com seu público e ser um organismo de transformação na sociedade, as empresas têm aumentado seus interesses em patrocínios, e até mesmo planejamento e execução de projetos que visem o bem comum das pessoas. Embora há uma crescente participação das organizações privadas em programas sociais, o governo continua tendo um importante papel neste cenário, atuando como intermediador dos interesses da população e das empresas.
De acordo com o economista Marco Bernardes, para que um projeto social tenha sucesso é necessária personalização, ou seja, o programa deve estar de acordo com o contexto e as carências da comunidade no qual será aplicado. O economista ressalta que é preciso que haja foco, e um prazo de conclusão, pois do contrário torna-se um assistencialismo, colocando em risco a autonomia da população local.
Ele ressalta três fatores que influenciam diretamente para que o objetivo do programa seja alcançado. Primeiramente é necessário que a empresa atentamente elabore um planejamento estratégico, definindo prioridades, como os resultados esperados e as ações que porá em prática para alcançar esses objetivos. Outo fator é a população estar solícita em apresentar com maior profundidade sua cultura e necessidades, e trabalhar em conjunto com a organização para o avanço da sua região. Por último, a atuação do governo é imprescindível na contínua mediação e fiscalização do projeto social, auxiliando ambos a progredirem.
Essa tendência de interesses das empresas privadas na criação de projetos sociais promove novas oportunidades e desenvolvimento tanto da sociedade como da sua organização. Este relacionamento promove avanço e surgimento de novas ideias que têm o poder de transformar o mundo em um lugar melhor para se viver.