O legado dos megaeventos no Brasil
28/10/2016 21h11
Andrea Nakane, o que mais contribuiu para o sucesso das Olimpíadas foi a receptividade do povo brasileiro
Denise Ayres
Georgia Corletto
Foto: arquivo pessoal
A entrada do Brasil no cenário mundial de eventos foi marcada pela Rio 92, que foi considerada o maior evento do século passado, não em quantidade, mas sim em perfil do público, já que contou com a participação de 175 países, sendo que 141 trouxeram seus principais governantes. Mesmo a realização tendo algumas dificuldades, o espírito acolhedor e receptivo do povo foi o que marcou o evento, encantando o público e colocando o Brasil no mapa dos megaeventos.
A chamada década de ouro dos eventos brasileiros, iniciada em 2007, se encerra em 2016. Foram dez anos marcados pelos Jogos Pan-Americanos, a Copa das Confederações, os Jogos Mundiais Militares, a Jornada Mundial da Juventude, a Copa do Mundo, a Rio+20 (marcando os 20 anos depois da Rio 92), e se encerrou com os jogos Olímpicos e Paralímpicos. Nenhum outro país, dentro da sua história contemporânea, pôde sediar tão grandiosos eventos nesse curto espaço de tempo.
Muito se discute sobre o legado que esses acontecimentos trazem à sua sede e a validade dos investimentos aplicados, porém, é inegável a construção de uma nova imagem do país após tantos espetáculos. Um exemplo foram as Olimpíadas RIO 2016. Apesar dos muitos problemas eminentes, envolvendo saúde, economia, política, e sob a inicial desaprovação do povo brasileiro, com o início dos jogos, qualquer problema ou dificuldade passou para segundo plano, e o grande foco foram os esportes e a torcida vibrante.
Segundo a professora Andrea Nakane, o que mais contribuiu para o sucesso das Olimpíadas foi a receptividade do povo brasileiro. “Sem dúvidas foi o espirito de anfitrião que o brasileiro tem, e também o espirito muito acolhedor que propicia um dos pilares do olimpismo, que é a questão da confraternização universal. Então, o povo brasileiro por si só, com sua miscigenação que é tão diversa, contribuiu para esse sucesso, e isso é algo genuíno! Não foi algo ensaiado e treinado para acontecer, é um povo festivo que se entrega mesmo”.
Em seu texto “Rio 2016: A história de superação de uma cidade”, Andrea Nakane complementa sobre o desempenho do Brasil, dando destaque ao Rio de Janeiro. “... uma medalha ainda precisa ser entregue e talvez seja a mais importante de todas, já que ela é o resultado da união de mais de 200 milhões de brasileiros, que de alguma forma, contribuíram para a realização dos jogos icônicos...Pierre de Coubertin?a medalha que falta ser entregue tem como destino o peito da cidade que acolheu a primeira olimpíada da América do Sul e entrou para a história dos jogos modernos: o Rio de Janeiro”.