Gerações e valores em conflito
28/10/2016 21h32
Texto e foto: Gabriel Lemos
Ter uma casa, carro, trabalhar na mesma empresa a vida inteira, ter filhos, se casar e construir uma família. Se perguntarmos para os nossos avós e pais quais eram os seus sonhos para o futuro quando tinham a nossa idade, com certeza, a maioria desses itens aparecerá em suas respostas. Porém essas coisas parecem ter perdido valor nos últimos tempos. Na geração da tecnologia, a preocupação e o planejamento para o futuro mudaram.
Os jovens nos dias de hoje estão valorizando o saber, a descoberta e o experimentar mais do que o trabalho propriamente dito. Isso não significa que são uma geração de ociosos, mas sim, que as prioridades mudaram. O ter dá lugar ao ser. A experiência toma o lugar do status. Experiência que significa viver para se satisfazer e ser feliz com as suas próprias escolhas.
“Meu sonho, quando já estiver formado e economicamente estável, é viajar para conhecer novas culturas, pessoas diferentes e viver novas experiências”, diz Erick Novaes, 16 anos, estudante de informática. A busca pelo transcultural e pelas interações humanas são, cada vez mais, alvos de artigos e textos que relatam a experiência de quem já as realizou ou a vontade de quem deseja realizá-las.
Parece que os jovens estão se dando conta de que a carreira os têm feito reféns e que o tempo não espera. Ficar preso no trânsito para passar 10 horas confinado em um escritório não satisfaz as expectativas de quem quer conhecer o mundo que há por trás da tela do computador. Mas como romper com essa rotina quase inevitável?
Diante de novos contextos e paradigmas temos de entender que não é tão simples assim fugir das convenções que o sistema econômico nos impõe, mas podemos considerar que, para não perdermos a nossa vida realizando funções que não nos satisfaçam, devemos escolher atividades que gostamos. Afinal de contas, sentir-se realizado com aquilo que você faz, pode ser um grande primeiro passo.