Curso de Relações Públicas ganha maior legitimidade após mudança de diretrizes curriculares
01/10/2015 21h32
Amanda Macedo
Rayane Diniz
Em 2013, o Ministério da Educação (MEC) homologou as novas diretrizes para o curso de Relações Públicas, momento esse em que separou Relações Públicas de Comunicação Social e tornou obrigatório que todas as faculdades fossem se adequando às novas normas curriculares, com o prazo máximo para entrar em vigor no ano de 2016.
A mudança no currículo do curso tem como objetivo a formação específica dos alunos em Relações Públicas e não em Comunicação Social com ênfase em Relações Públicas, como o formado era habilitado anteriormente. Portanto, a partir da adaptação, o aluno passa a ser Bacharel em Relações Públicas e não mais Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas.
Para que isso ocorra, as matérias passarão a ser mais específicas sobre o curso acompanhando as novas tendências do mercado, a carga horária será alterada, o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e o estágio supervisionado serão obrigatórios.
Apesar da exigência para que as Instituições de Educação Superior (IES) incorporem esse novo currículo à sua estrutura até o fim de 2016, muitas universidades já começaram a fazer algumas mudanças. A Universidade Metodista de São Paulo iniciou estas modificações a partir de 2011, adequando a graduação do aluno para bacharel em Relações Públicas, por exemplo.
Michele Boin, formada pela Universidade em 2014, onde obteve seu diploma já como bacharel em Relações Públicas, e também colunista do blog Versátil RP expõe que: “Comunicação Social é e continuará sendo a nossa área de conhecimento, assim como funciona com os demais cursos, como com os de Saúde, por exemplo. Mas, agora, estaremos direcionados, corretamente, à visão de um RP, que tem um diferencial em relação aos colegas comunicadores”.
Ainda segundo Michele, “somos, acima de tudo, gestores de relacionamentos e de imagem. Não dá mais para passar boa parte da faculdade estudando numa mesma sala que o publicitário ou jornalista, por exemplo, é um outro viés, e é necessário que isto seja implícito, como as novas diretrizes determinaram”.
Acredita-se que as mudanças que implicam no novo currículo possam ser um ponto muito positivo para a profissão e seus profissionais, já que o aluno sairá da faculdade com um conhecimento mais específico acerca da área, além de ser reconhecido no mercado de trabalho e solicitado de forma específica, e não generalizada como anteriormente.
Para Michele Boin, “nos tornando, a partir de agora, relações públicas independentes, de certa forma forçamos as empresas, seus departamentos, líderes e recrutadores a enxergar o profissional de RP além do comunicador social”.
As alterações somadas a uma rígida fiscalização do MEC, darão início a uma nova perspectiva para a profissão e o profissional. O primeiro e talvez mais significativo passo na busca pela valorização e reconhecimento das relações públicas no Brasil.