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ID Política

Foto: Morgana Volpati

Por dentro das eleições: uma logística de tirar o fôlego

O antes e o depois das votações em escolas particulares que se tornaram alvos dos cartórios eleitorais

Natália Brumati


Os passos são sempre os mesmos. A maior idade chega e faz a população correr atrás do título de eleitor. Solicitar o documento e descobrir o local de votação mais apropriado é uma tarefa do cidadão, que sempre imagina que neste dia deverá comparecer a uma escola pública. “Quando tirei meu título pensei que ia votar em um colégio público como meus pais, de repente eu descobri que foi no lugar que eu estudei, uma escola particular”, contou a estudante, Amanda Rubino. 

O que muitas pessoas não sabem é que algumas instituições de ensino particulares já viraram sede de votação. Quando uma instituição precisa ser destinada para as eleições, há a preferência aos escolas públicas, mas as vezes essas propriedades do governo não possuem condições adequadas, então recorrem-se às particulares, que é "obrigada a ceder gratuitamente o espaço”, enfatizou a advogada, Luciana Bertolini.  

Há oito anos, o Educandário Santo Antonio, uma escola particular de ensino fundamental em Santo André, recebeu pela primeira vez as urnas. A situação aconteceu de repente, quando o Cartório Eleitoral enviou um ofício assinado pela juíza dizendo que o prédio tinha sido escolhido. “O documento continha a pergunta de quantas salas tínhamos disponíveis para que eles calculassem quantas secções eleitoras poderiam ser enviadas para cá”, afirmou a diretora pedagógica, Denise Bernardo.

 

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Foto: Divulgação

Para as escolas, a eleição começa bem antes do que a população imagina. Durante os dois dias que antecedem a votação, as instituições precisam verificar as tomadas disponíveis, colocar sinalizações nas paredes, instalar as urnas eletrônicas e esperar o juiz do cartório eleitoral regional passar para aprovar todas as atividades realizadas. Além disso, com a quantidade de trabalho que existe nesses dias de votação, os colégios usam um dia letivo (sexta-feira no período da tarde e segunda-feira de manhã) para fazer as ações, o que limita o calendário pedagógico. "Minha professora de história já precisou mudar a data da atividade por causa do dia da eleição", contou a estudante do Educandário Santo Antonio, Beatriz Parizotti.  

Durante toda a época de propagandas eleitorais, alguns políticos passam pelas instituições para fazer propaganda eleitoral. "Eu acho um absurdo. As eleições já atrapalham o calendário da escola e ainda visitam o colégio no horário da saída e sujam as ruas, fazendo um trânsito imenso", desabafou a mãe da aluna Beatriz, Tatiana Parizotti.

A segurança é outro ponto preocupante no dia de escolher o melhor candidato para comandar o país. Para evitar atitudes indesejadas, “todo local de votação, tanto público, como particular, conta com um policial militar que permanece em sistema de rodízio, desde o sábado de manhã na entrega das urnas, até o domingo à tarde, após a retirada do sistema eletrônico. Mesmo com todo esse trabalho, a limpeza continua por conta das escolas”, disse a chefe do cartório eleitoral, Kelly Basseto.

“O ponto positivo de abrir as portas para os moradores vizinhos nos domingos é apresentar toda a estrutura interna”, contou a diretora geral do colégio particular Singular, Andree de Almeida. Segundo o Código Eleitoral (lei 4737/65), o número de sessões varia de acordo com o tamanho da instituição. Cada uma delas comporta 400 pessoas, o que totaliza em uma escola com 10 salas, cerca de 4.000 eleitores. A quantidade pode ser igual o tamanho da comunidade ou até maior, trazendo assim uma visibilidade grande para o colégio.

Um colégio que se torna eleitoral começa a ser conhecido por toda a comunidade. Para os moradores locais, "é muito importante que a escola seja o mais perto possível das casas, sendo ela pública ou privada", mencionou Gabriel Galutti, que mora a 800 metros da instituição em que vota. Já para aqueles que nasceram com a ideia fixa de escolas municipais ou federais, a mudança traz um pouco de medo. "O nosso bairro vai ficar ainda mais popular, recebendo pessoas de vários lugares. A instituição pública é a ideal e sempre será", contou a dona de casa, Maria Dirce.

Não importa se a propriedade é do governo ou do empresário. As eleições acontecem de dois em dois anos e tiram a tranquiladade dos colégios que comandam o futuro do país com uma educação que pode reformular um futuro. 

 

Pense para votar

Antes de apertar o botão confirma, é preciso investigar a vida dos candidatos

 

Foto: Morgana Volpati
Aline Danielle Santos
Débora Felizardo

A 


cada quatro anos vamos às urnas escolher quem os candidatos que irão representar os nossos interesses e ideais políticos. Nesta época, é papel de cada cidadão exercer os direitos eleitorais e ter consciência na hora de escolher o seu candidato.

Mas não foi sempre assim. O país já viveu longos períodos de repressão ao cidadão, à política, à liberdade de expressão e de imprensa. Em alguns momentos, os cidadãos não tinham direitos iguais, em outros, perderam o direito

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Foto: Morgana Volpati
a liberdade de expressão, da liberdade e até mesmo ficou proibido de escolher seus representantes políticos.

O movimento mais conhecido pela luta dos direitos políticos no Brasil foi o Diretas Já, em 1984, que reuniu milhares de pessoas nas ruas para tomar de volta o direito de eleger os cargos de comando no governo. Conquista do
 povo que vale até hoje. É uma oportunidade para todos os brasileiros de 16 a 70 anos, por meio do voto, participar na criação de um futuro melhor para o país.

O cientista político da Universidade Federal do ABC, Claudio Penteado, afirma que a liberdade de expressão nos permite falar, e é muito comum ouvir, sobre o caráter e as promessas não cumpridas dos candidatos, histórias de como são todos corruptos e de que o Brasil está perdido entre tanta roubalheira. Mas, na hora de optar pelos seus representantes, o cidadão deve se informar sobre o candidato escolhido.

Apesar do cenário de manifestação, formadas principalmente por jovens, em junho de 2013, que reuniu mais de 205 mil pessoas pelo Brasil, Penteado acredita que “os jovens têm pouco interesse pela política, as manifestações não causaram, por enquanto, nenhum resultado prático em relação ao aumento do engajamento deste público”.

  Voto Consciente

A diretora geral do Movimento Voto Consciente (MVC), Ivone Rocha, de São Paulo, mestranda em políticas públicas, especialista em mídias digitais e professora universitária, explica que a organização foi criada em 1987 com o objetivo de acompanhar as atividades do legislativo municipal de São Paulo. “Queríamos criar uma consciência nos cidadãos em relação ao voto, o hábito de cobrar os políticos e a participar do processo eleitoral por meio de palestras e cursos sobre formação política, eleições, políticas públicas”.                                                                                                                                                                                                                                                                    

 Para o especialista, o atual modelo de campanha não facilita a escolha. “As campanhas são orientadas por pesquisas que identificam as vontades da população, não por projetos políticos reais, o apelo do marketing é o convencimento, não a formação crítica do eleitor” afirma o cientista político.

O jornalista e professor de estudos feministas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC- SP), Marcelo Hailer, completa: “Os modelos de campanha são falidos e despolitizados. A começar pelo modo como são feitas os programas para a televisão. Parece que estamos de frente para uma propaganda de algum produto e não a apresentação de propostas de um candidato”.                                                                                                                                                                                                                        

 

  A VISÃO DOS JOVENS SOBRE A POLÍTICA BRASILEIRA:

Foto: Arquivo pessoal O universitário de Recursos Humanos, Danilo Martins, da Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo, diz que votar consciente é “ter certeza de que o voto será para um bom candidato, nada de ex-BBB, humorista, cantores e atores. É necessário votar pensando não somente no benefício próprio ou favorecimento de uns e outros, e sim, da sociedade que irá precisar se acostumar com a mudança de governo”.   

Já para o arquiteto Kauê Orlando, de São Paulo, que vota desde os 16 anos, a política atual no Brasil é confusa e fraca, por conta de duas questões: “os políticos, que se acomodam em seus cargos depois de eleitos e não cumprem promessas; e os eleitores, pela falta de informação, muitos não sabem quem cobrar por mudanças e outros, que dizem ser partidários ou contra algum partido, mas não conhecem as suas propostas”.

A publicitária Raíssa Gonçalves, de Diadema, diz que atualmente a política necessita de reformas, em relação à representação no Senado e na Câmara “que hoje não ultrapassa 30%, acabar com o financiamento das campanhas políticas por empresas privadas, buscar o Estado Laico para respeito à pessoa em si, independente de credo, diminuindo assim a força de interesses particulares”. Raíssa acredita que ainda é preciso melhorias no cenário político atual do Brasil, mas que para isso, a mudança deve acontecer por meio da indignação geral, principalmente da informação. “Lembrar ao povo que os serviços gratuitos de qualidade são obrigação do Estado, que os impostos arrecadados geralmente vão para o bolso de quem já é rico e as questões sociais que são tratadas como assunto de polícia”.                

Hoje em dia, é notável o interesse dos jovens pela política. Eles estão presentes em setores de partidos focados na juventude, como o PSOL, PT, PSTU, e PCdoB. Para o jornalista e professor de estudos feministas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Marcelo Hailer, o jovem de 17 a 21 anos “é conservador em alguns assuntos, por exemplo, monogamia e reprodução familiar, ao mesmo tempo em que parece que estão abertos para temas como a legalização da maconha e a homossexualidade”. 

 Fotos: Arquivos pessoais

Em um cenário em que os jovens saem às ruas para protestar por mudanças na política do Brasil, realidade vista em junho e julho de 2013, o voto nulo ou branco parece atrativo para esse público, mas a dúvida sobre o significado e o peso destes votos faz parte do cotidiano dos brasileiros. Para o cientista político, Claudio Penteado para a Justiça Eleitoral não existe a possibilidade de cancelamento de uma disputa eleitoral se a maioria dos votos forem nulos. “Como dizem os defensores desta opção, e o voto em branco significa que o eleitor não deseja optar por nenhum dos candidatos” afirma Claudio.

 

Claudio afirma: "A prática destes votos não são contabilizados na somatória geral das eleições, mas o voto nulo indica um sinal de protesto do eleitor." 


BREVE DICIONÁRIO DE “POLITIQUÊS”

O CIENTISTA CLAUDIO PENTEADO EXPLICA ALGUNS TERMOS MUITO UTILIZADOS EM ÉPOCAS ELEITORAIS:

 O Pleito:  Seleção que, feita por votação, elege alguém para desempenhar certa atividade ou para preencher um posto e/ou ofício; eleição.

O Pleito Eleitoral: é a discussão ou disputa realizada entre os candidatos que pretendem ocupar determinado cargo e/ou função de ordem pública. 

 alfabetização política: passa pela compreensão da normatividade que envolve a democracia, entender seus dilemas, seus limites, mas também valorizar suas potencialidades que permitem a resolução de conflitos entre diferentes por meio do respeito às normas institucionais. Compreender que a democracia é mais que simplesmente votar que deve estar presente nas práticas cotidianas das pessoas. Claudio Penteado – cientista político.

 

 

INTRODUÇÃO DOCUMENTÁRIO


“Mendigo não tem que votar. Aliás, acho até que eles deveriam virar ração para peixe”.

A declaração polêmica acima pertence ao vereador da cidade de Piraí (Rio de Janeiro), José Paulo Carvalho de Oliveira. O político assim como muitas pessoas desconhecem a importância e o direito do voto dos moradores em situação de rua, que muitas vezes são visto como seres invisíveis na sociedade.

Com a ideia de torná-los protagonistas quanto à participação deles na política eleitoral, o mini-documentário “Voto Invisível” pretende dar voz, cor e ação a esses personagens presentes na sociedade, com depoimentos e opiniões sobre o voto.


Do frango com polenta à câmara dos vereadores

Membro da família de tradição do ABC, Rafael Demarchi marca presença na câmara municipal de São Bernardo do Campo 

Foto: Divulgação
Guilherme Martinez

No decorrer das gerações, a tradicional família que se instalou em São Bernardo no ano de 1972, passou para a ser apreciada por muitos moradores e visitantes devido ao seu famoso restaurante de frango com polenta. Aos 33 anos, o administrador Rafael Demarchi, que faz parte da terceira geração da família, quis seguir um caminho diferente de Dona Sandra, sua avó, fundadora do famoso restaurante.

Rafael está concorrendo ao cargo de deputado federal de São Bernardo do Campo nas eleições de 2014. Com apoio do seu tio, já engajado na política, o jovem candidato apresenta seus projetos promovendo campanhas nas redes sociais. Com diversas experiências adquiridas ao longo de seu primeiro ano como vereador da maior cidade do ABC, Rafael deu andamento a mais de 450 solicitações dos seus eleitores e faltou em apenas uma sessão da Câmara Municipal no ano passado. 

Envolvido em projetos sociais, seu trabalho começou com uma missão no Haiti através da Igreja Batista, estabelecendo contatos com empresários e políticos a fim de viabilizar doações para as ações. Durante esses contatos surgiu o convite para entrar na política “aos poucos entendi que, se as pessoas de bem escolherem não entrar na política, seremos governados por aqueles que quiseram, sejam eles de bem ou não.” Afirma Rafael.

Rafael realizou sua primeira candidatura em 2012 para vereador, em São Bernardo do Campo, quando tinha 31 anos. Para ele a política é feita de relacionamento e disponibilidade de estar perto da população, tornando as suas necessidades uma ampla bagagem para execução do trabalho no legislativo “... enquanto houver essa disposição de solidariedade, servindo, ouvindo a população e lutando por elas, creio que estaremos cumprindo nosso papel.”.

Por ser um candidato jovem, seu mandato procura servir a população em todas as áreas, inclusive a internet, publicando notícias legais ou até mesmo informando a população de algo que elas não saibam, criando uma rotina interna de pesquisa e publicação de conteúdo. Embora escute comentários devido a sua pouca idade, Rafael executa os trabalhos, ganhando respeito, tanto que em 2013, foi destacado como o vereador com o maior número de projetos de lei protocolados na Câmera, resultado conquistado, acima de tudo, pelo diálogo com a população.                                                                                                                                                                               

 Para construirmos uma visão melhor da política para os jovens de hoje, “temos que mostrar que política é diálogo, é saber ouvir, propor e buscar soluções.” Afirma Rafael.                                                                                              

 

  

Políticos na mira dos Hackers


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Foto: Divulgação

                                                                                        

A presidente reeleita, Dilma Rousseff, também faz parte dos 80% dos brasileiros que já foram hackeados

 Morgana Volpati

 

 

Durante as manifestações de junho e julho de 2013, diversos veículos de comunicação e representantes políticos tiveram suas páginas em redes sociais invadidas. As dúvidas que ficaram são: existe uma forma de evitar invasões? Quais são as motivações que levam alguém a invadir a privacidade do outro? Esses são alguns dos pontos de interrogação que ficam na cabeça de muitas pessoas, e por estarmos em um ano de eleições presidenciais, os candidatos são, historicamente, os alvos preferidos para “trolagem” em forma de protesto dos hackers. De acordo com pesquisa realizada em 2011 pela Norton, fabricante de antivírus para computadores, 80% dos brasileiros já sofreram ataques de hackers, incluindo a atual presidente reeleita, Dilma Rousseff.

 Fundadora de uma empresa focada em campanhas políticas nas plataformas digitais, Christiane Liberatori vê o movimento hacker como um manifesto da população que tem o conhecimento das técnicas de invasão. “Os hackers são apenas cidadãos que conhecem as ferramentas digitais e eles se manifestam fazendo ataques virtuais. Por isso, cabe aos governos abrirem canais oficiais de diálogo com a sociedade”. Christiane ainda aponta o amadorismo dos candidatos como o principal erro e causa de invasões durante o período eleitoral. “Campanha é uma coisa séria, é importante ter profissionais na área do desenvolvimento de sistemas para saber quais são as ferramentas e softwares  ideais para esse objetivo”.

 O consultor de segurança Gustavo Abú, do Rio de Janeiro, falou que na maior parte dos casos o possível invasor tem uma causa e uma mensagem para passar ao se infiltrar no perfil ou site de terceiros, sejam eles candidatos ou não. "O “start” de uma invasão comoeça nas redes sociais, quando o invasor levanta informações do seu alvo em potencial", afirma Abú. O especialista conta que relacionamentos, locais frequentados e informações profissionais são investigadas. "Tendo essas informações em mãos, o hacker  planeja as próximas ações e técnicas que serão utilizadas até concretizar a invasão”, disse.

O descuido, ou até mesmo a ilusão de achar que isso nunca vai acontecer com a gente, acaba nos deixando vulneráveis e o resultado disso pode ser irreversível. O advogado especializado em crimes cibernéticos, Victor Hugo Gonçalves, afirma que um vez em que algo é publicado na rede, é quase impossível retirá-lo de lá. "Ainda mais se essas informações ou fotos forem viralizadas e compartilhadas por milhares de pessoas. A situação ficará fora de controle e o internauta não poderá ter uma resposta jurídica a um problema tecnológico”, diz o advogado.

 LEI CAROLINA DICKMAN 


Você se lembra do caso da atriz global Carolina Dickman?!?! Se não se lembra, lá vai um “revive” para entender um pouco mais sobre o crime cibernético.  Em 2012, a artista teve o seu computador hackeado depois de levá-lo para uma manutenção. Logo em seguida, diversas fotos pessoais foram  divulgadas na internet.Nas imagens, ela aparece  em situações pra lá de “calientes”, e foi a partir dai que o Art. 154-A, foi apelidado de Lei Carolina Dickman. Nela, fica definido que ter vantagens, alterar e divulgar informações de um perfil hackeado é considerado um crime e o acusado pode ser punido com uma detenção de três meses a um ano, e multa que pode variar de acordo com o gravidade do crime.

 Foto: Divulgação

Políticos: Um alvo vulnerável

 

Dilma Rousseff: Hackeada em junho de 2013

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Caricatura: Toca do Troll


Mídia: Instagram

Recado dado: "SENHORA PRESIDENTA DA REPÚBLICA OU A SENHORA FAZ ALGUMA OU O BRASIL VAI PARAR. NÓS NÃO VAMOS TOLERAR MAIS. O GIGANTE ACORDOU. #AnonymousBrasil #VemPraRua #OGiganteAcordou #Brasil".

Desfecho do caso: A conta do Instagram da presidente foi desativada na mesma noite em foi hackeada.

 

Aécio Neves : Hackeado em abril de 2014

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Caricatura: Ama Rildo
Mídia: Site da sua pré-campanha

Recado dado: "Então, quer dizer que o senhor Aécio Neves apoia a repressão contra os protestos populares?...Ainda bem que políticos como ele jamais governará (sic) este País." A postagem foi feita devido ao apoio, do ex candidato à presidência, ao decreto de prisão de 23 manifestantes que foram denunciados pelo Ministério Público do Rio do Janeiro por participar, de forma violenta, dos protestos que aconteceram no Estado. A assinada pela invasão foi a do mesmo grupo que invadiu o perfil do Instagram da presidente, Dilma Rousseff, em 2013 Caricatura: Ama Rildo

Desfecho do caso: O site invadido saiu do ar e outro site foi criado

 

José Serra : Hackeado em novembro de 2010

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Caricatura: Rica
Mídia: Site da campanha

Recado dado: “Opsss!!!! Serra Hacked”. Uma caricatura do candidato também foi postada, seguida outras frases de ataque.

Desfecho do caso: O site do candidato ficou fora do ar e as mensagens foram removidas em seguida.

 

 



Urnas com as cores do arco-íris

Ilustração: Emilia Santos
 Herica Arguello





Em uma democracia representativa os eleitores podem escolher candidatos que melhor representam seus ideais. Com as eleições para presidente, governador, senador, deputado federal e estadual, vários assuntos polêmicos, como a descriminalização do aborto e da maconha, foram trazidos à tona nos debates. Entre os tópicos que mais trouxeram discussão está a causa LGBT, sigla que denomina as pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais.
Ilustração: Emilia Santos
Entre progressistas e conservadores, presidenciáveis mostraram nos debates a posição quanto às propostas à respeito dos direitos desse público que, segundo estudo divulgado em fevereiro desse ano pelo Grupo Gay da Bahia, sofre um assassinato a cada 28 horas no país. Acontecimentos como a queda da popularidade da candidata à presidência, Marina Silva (PSB), após corrigir seu programa de governo e retirar dele a criminalização da homofobia, e o ataque que o então presidenciável, Levy Fidélix, do PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro), fez aos homossexuais durante um dos debates da televisão, por exemplo, trouxeram mais atenção do público aos direitos da comunidade LGBT.

Para o cientista político do Núcleo de Pesquisas Públicas da Universidade de São Paulo, Rafael Mucinhato, não só homossexuais, transsexuais e afins se atentam à propostas pró-LGBT para escolher seus candidatos, como também heterossexuais. Porém, para ele, a escolha com base nessas pautas está mais restrita ao eleitorado esquerdista. “Um dos motivos centrais é a luta pela igualdade, principalmente nas diferenças, uma pauta típica da esquerda brasileira”, diz.

Simpatizantes na rede

No entanto, a estudante de arquitetura Isabella Gutierrez, que é homossexual, discorda de que há grande visibilidade em torno da causa. “Falta espaço para nós, pois ninguém nos leva verdadeiramente a sério e com respeito. Nem considera que também temos opiniões e ideias, que lutamos por apenas um ideal: igualdade”, opina.

Tendo em vista a quantidade de candidatos para cada cargo e a divergência de posicionamentos, criou-se, no dia 8 de setembro, o site voteLGBT.org, que reúne os políticos que possuem em seu programa de governo ações que englobam a causa LGBT. A ideia da iniciativa, que já mapeou 270 candidatos, surgiu de repórteres da revista Geni, que é uma publicação online especializada em gênero e sexualidade. Eles perceberam, através de pesquisas, que os candidatos pró-LGBT eram pouco divulgados por veículos de comunicação.

“Um dos nossos objetivos de campanha com o movimento #VoteLGBT é visibilizar candidatos pró-causa isolados e com poucos recursos, empoderando indiretamente esses núcleos dentro dos partidos”, afirmou um dos coordenadores da campanha #VoteLGBT, Marcos Visnadi, de São Paulo.

Segundo Visnadi, além de divulgar candidatos, o site também tem como foco divulgar outros temas importantes relacionados à especificidade do sistema eleitoral brasileiro, como as coligações entre os partidos e os mitos do voto nulo. “Também mostramos a importância do voto pró-LGBT, relacionando os casos de violação de direitos humanos dessa população a uma baixa representatividade na política institucional”, disse.

A palestrante, ativista pró-LGBT e transsexual, de São Paulo, Daniela Andrade, concorda com a importância de campanhas como a Vote LGBT e diz que fez suas escolhas para voto pensando na causa e nos direitos humanos.

Héteros engrossam o apoio

O cientista político do Núcleo de Pesquisas Públicas da Universidade de São Paulo, Gabriel Madeira, acredita que a consciência dos cidadãos sobre essa pauta está aumentando, em grande parte, por conta do sistema eleitoral brasileiro, que garante voz a todas as minorias ativas na sociedade. Ou ao menos, que sejam representadas nos parlamentos municipal, estadual e federal. “Essa legislação é imprescindível para manter o pluralismo de opiniões”, diz Madeira.

Ainda assim, o coordenador  da campanha #VoteLGBT Marcos Visnadi, espera uma maior integração entre classes, minorias e grupos de todo o tipo. “Nossa luta é todo dia. A força que cada um de nós tem fica ainda maior quando nos juntamos para ir às ruas e às urnas. Se todas as pessoas que são contra a LGBTfobia, mesmo não sendo lésbicas, gays, bissexuais ou transgênero, se juntarem também, vamos conseguir mostrar, finalmente, que minoria é quem prega o ódio, o preconceito e a exclusão social”, concluiu.

Passadas as eleições, a estratégia dos coordenadores do #VoteLGBT é fomentar o blog da campanha com notícias favoráveis à comunidade e manter a lista de candidatos atualizada. Tudo para manter o movimento ativo durante os períodos fora de eleição e os direitos LGBT em pauta.


Como o jovem pode participar da política e combater as irregularidades no Brasil


 

Adam Minhoto

As gerações mais novas constantemente são criticadas pela sociedade por não demonstrarem interesse pela participação na política. Em contrapartida, percebe-se que desde junho do ano passado, o número de jovens que foram às ruas reivindicar por melhorias nos serviços públicos foi avassalador. Segundo estudo do DataFolha, citado pelo jornal Folha de São Paulo em 2013, 53% dos 1 milhão de manifestantes tinham menos de 25 anos.

Afinal de contas, como está de fato a participação do jovem na política brasileira? Será que a presença ativa deles auxiliaria no combate a corrupção política e eleitoral? Para explicar melhor sobre o assunto, convidamos o professor Alessandro Soares que é cientista político, mestre e doutorando em “Direito do Estado” pela Universidade de São Paulo (USP).

 

Foto: Arquivo Pessoal

ID Política - Como você avalia a participação política do jovem brasileiro?

Alessandro - Muitas pessoas criticam a participação juventude na política, alegando que eles possuem pouco interesse. Eu não acredito nisso. Ainda que possa haver uma dificuldade ou outra em relação à participação dos jovens nas eleições, devemos entender que o voto é apenas uma das formas de fazer parte da política. É preciso olhar mais para a totalidade desta participação.

Tenho observado que os adolescentes estão querendo decidir o rumo do país, pedindo por serviços públicos de qualidade e combate à corrupção. Veja, por exemplo, os movimentos que aconteceram em junho de 2013, a maioria dos manifestantes eram jovens e lutavam para uma redução da tarifa dos transportes e melhorias na mobilidade urbana. Tivemos também em várias regiões do Brasil a participação dos jovens nas mobilizações que ridicularizavam os torturadores da ditadura militar.  Ou seja, a juventude brasileira tem participado ativamente na política, talvez não nos níveis que gostaríamos, mas os sinais estão dados e precisamos incentivá-los.

ID Política - Considerando as redes sociais, você acredita que os jovens estão criando uma nova maneira de combater as irregularidades políticas?

Alessandro - Eu diria que não só os jovens como toda sociedade também.  Hoje o cidadão com um celular é capaz de gravar tanto uma situação de corrupção quanto casos em que o serviço público esteja deteriorado. Ao mandar isto via redes sociais, a denúncia consegue chegar aos órgãos de controles públicos, jurídicos e da administração pública de uma maneira bastante acessível como jamais vimos na história do país. No entanto, é preciso atentar que infelizmente há casos de pessoas que usam as redes sociais de maneira leviana e preconceituosa, não promovendo uma discussão política séria e de alto nível. Precisamos ficar informados para não compartilharmos denúncias falsas e sem fundamentos que acabam por confundir e desanimar as pessoas a participarem da política.

ID Política - Esta eleição registrou uma queda na participação de eleitores entre 16 e 17 anos, a menor dos últimos três pleitos federais. Como a ciência política justifica esta falta de interesse político dos adolescentes?

Alessandro - É muito difícil fazer uma análise exata dessa situação verificada na pesquisa sem um aprofundamento mais detalhado. De qualquer maneira, embora de início        

possa ser um indicativo de desanimo da juventude quanto à política, notamos que o próprio presidente do Tribunal Superior Eleitoral reconheceu que houve modificações nas metodologias entre as pesquisas comparadas, o que em parte explica essa redução da participação dos jovens entre 16 e 18 anos.                                                                                                                                                                                     

Nas pesquisas anteriores o cadastro dos eleitores jovens era fechado até o dia 30 de junho e não computava os eleitores que completariam 18 anos até o dia da eleição. Na atual pesquisa se considera a idade que o eleitor terá no dia da eleição.

Outra informação que evidentemente influi nesta questão é a tendência geral de envelhecimento da população e de baixa da taxa de natalidade. Nesse sentido não creio que, pelo menos com os dados que temos, que os jovens estejam claramente desanimados com a participação política eleitoral. Por outro lado, acredito que muitas vezes a imprensa de modo geral tem reforçado uma visão negativa da política, o que tem contribuído para o desinteresse do jovem e da população com relação à política. Essa situação sim, me parece problemática.

ID Política - Como o jovem pode criar gosto pela política?

Alessandro - A primeira tarefa que o jovem deve ter é se lançar na política. E como fazer isto? Seja participando de associações de bairros, de centros acadêmicos nas universidades, grêmios estudantis ou até mesmo, se for do interesse dele, se aliar a algum partido político. O que a juventude deve entender é que se a política não está boa, sem ela, tudo ficará muito pior.

A segunda tarefa que eu aconselho a eles é que não enxerguem a situação política atual de modo negativo. Peço para que busquem entendê-la melhor. Procurem informações em sites de movimentos políticos e populares e estudem soluções para melhoria na qualidade do nosso sistema público.

A minha terceira e última dica é dizer que infelizmente a política não é um assunto teórico ou que simplesmente se aprende na sala de aula. Política é uma relação social, ou seja, é a relação que temos dentro de uma sociedade. Logo para criar gosto por esse assunto, a juventude deve participar!

ID Política -  Qual é a importância das gerações mais novas no combate à corrupção?

Alessandro - O jovem tem um papel fundamental nisso. As gerações mais novas entre 16 a 18 anos, cujo voto é facultativo, deveriam participar mais das eleições, visto que uma das maneiras de acabar com as irregularidades é o voto consciente em bons candidatos. A sociedade como um todo deveria incentivá-los nisso.

Mas como identificar quem são os bons candidatos? Fiscalizando o poder público. Ou seja, todos devem buscar entender o que está acontecendo em sua prefeitura e subprefeitura. Qual o desempenho dos últimos candidatos eleitos para deputados, senadores e vereadores. Quais estão sendo as decisões tomadas pelo governo e país. Os movimentos sociais atuantes que vão a favor ou contra o governo e etc.

Atitudes assim representam a voz do povo dizendo ao poder público “- Eu estou de olho!”. Dessa maneira não somente a juventude, mas cidadãos de todas as idades também podem contribuir no combate a corrupção política.

ID Política - Você acredita que as manifestações de junho de 2013 contribuíram para despertar o interesse da juventude pela política? 

Alessandro - Eu acredito que sim. O mês de junho do ano passado foi um sinal social importantíssimo de que a juventude está despertando à política. Eu entendo que essas manifestações contribuíram para dar um gás nos movimentos populares das gerações mais jovens.

É claro que existem inúmeras maneiras de interpretarmos as manifestações do ano passado, mas a leitura mais razoável foi que a população não suporta mais receber serviços públicos ruins. Todos querem lutar por alguma coisa. Ninguém mais quer ficar atrás das cortinas, vendo teatro correndo solto no palco da política. Infelizmente, ainda não temos uma política de alto nível que o cidadão espera.

ID Política - Percebemos nessas eleições a candidatura de muitos jovens para cargos de deputado federal e estadual. Como serão esses novos políticos? 

Alessandro - Eu acredito muito que esses candidatos jovens possam dar um sangue novo ao poder público. É claro que demorarão algum tempo para amadurecerem na política, porém isso não significa que eles não sejam boas pessoas públicas. O que temos que entender é que jamais encontraremos candidatos perfeitos e sim aqueles que são mais aptos de trazer políticas públicas de qualidade à população.

Talvez uma das principais demandas dos jovens políticos para os próximos períodos seja aquela que vise uma reforma política. As decisões do estado atualmente não seguem os interesses que os cidadãos buscam. É necessário rever a estrutura partidária, o voto, o financiamento de campanha eleitoral e etc.

Nós tivemos nos últimos meses a realização de um plebiscito popular pela reforma do sistema político, era um movimento sem valor legal, mas com um valor político importantíssimo. Contou com a participação de mais de 7 milhões de cidadãos em todo país. Muitos jovens tiveram oportunidade de participar desse movimento. Eu penso que o horizonte brasileiro daqui para frente é de ampliação da participação e discussão da reforma política. A juventude vai contribuir muito nisso.

 

 

INTRODUÇÃO RÁDIO


Candidatos das eleições de 2014 utilizaram a religião para ganharem votos. Um dos maiores exemplos foi o templo de Salomão, que contou com a participação de candidatos para subir na disputa.

Coincidência ou não, se pararmos para observar, candidatos que se filiam a religião tem um grande número de votos, até mesmo, sendo os mais votados nas eleições. A busca do voto religioso acontece em todas as eleições, fazendo com que não haja a verdadeira democracia.

Mas afinal até que ponto a religião influencia no voto? Com o objetivo de exibir o quanto a religião se mistura com a politica, o porquê votar em candidatos religiosos, como cientistas políticos veem essa situação, produzimos um programa sobre o voto religioso.

 

 

 NOTAS

 

 

Nathalia Encina

 

                                                                                                                                     Propagandas móveis serão proibidas em 2016 

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Foto: Divulgação

Não foi nessa eleição que os cavaletes sumiram das ruas. Eles atrapalham os pedestres, o trânsito e ainda poluem visualmente a região onde são colocados. 

 Mas eles estão com os dias contados. A partir das eleições de 2016, o uso de cavaletes e cartazes será proibido. Isso se deve à reforma eleitoral aprovada pelo Congresso Nacional, a Lei Federal 12.891. 

Até o ultimo dia 26 de outubro, a Justiça Eleitoral de São Paulo apreendeu 133 mil quilos de propagandas irregulares. Só de cavaletes havia 26 mil.  

Segundo a Justiça Eleitoral, a contribuição da população será essencial para ajudar a fiscalização. Em dois anos, qualquer pessoa que flagrar a irregularidade poderá fazer a denúncia no Tribunal de Justiça ou em qualquer cartório eleitoral. 

 

 O papel das mídias sociais nas eleições 2014 

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Foto: Divulgação

 Em meio a tanta tecnologia, é possível analisarmos a importância e influência das redes sociais nas eleições. Segundo a pesquisa Ibope/Nielson Online divulgada em fevereiro deste ano, aproximadamente 67 milhões de brasileiros utilizam a internet. 

Com tanta repercussão em redes sociais, os políticos utilizam dela para fazer sua propaganda eleitoral, como mostrar suas intenções aos eleitores por diversos meios na internet. 

Dentre as diversas formas, podem ser utilizados blogs, twitter e sites, desde que seu próprio conteúdo tenha sido gerado pelo candidato. É bom deixarmos claro que é proibido qualquer ato de propaganda paga na internet, com fins ou sem fins lucrativos. O candidato que não cumpriu com a lei poderia pagar uma multa para a Justiça Eleitoral no valor de 5 mil reais a 30 mil reais, dependendo da imposição do juiz. 

A Justiça Eleitoral assegura que é livre a manifestação do pensamento durante as eleições é livre, com direito a respostas do mesmo modo em que é feito em TV, rádio, jornais e revistas. 


                                                                                                                                                                   Famosos no governo?                                                                                                                                                                                                                                                                                   

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Foto: Eduardo Monteiro/ Editora Globo

De cantores, atores, atrizes, jogadores de futebol e ex-participantes de reality shows para a carreira politica. Não são poucos os famosos que decidem largar a carreira artística para concorrer a um cargo politico na urna, mas são poucos os que conseguem alcançar sucesso nas votações. 

Neste ano foram eleitos nove famosos, como os exs jogadores de futebol, Romário, Danrlei e Jardel. Dentro os cantores, Bebeto, Sérgio Reis e a cantora Leci Brandão. Em segundo lugar com o maior número de votos o humorista, Tiririca . O ex- participante do Big Brother Brasil, Jeans Wyllys e o advogado e apresentador Celso Russomano também participaram das eleições, mostra os dados divulgados pela Agência Estado 

Observando a quantidade de famosos eleitos, podemos observar o quanto a fama pode ajudar na carreira politica. Agora, será que a responsabilidade que a população coloca nos candidatos são realmente aquilo que o povo quer ou é apenas uma forma de protesto aos candidatos na urna?

 

ENSAIO - JOVENS NA URNA


Foto: Morgana Volpati

Foto: Morgana Volpati

Foto: Morgana Volpati

Foto: Morgana Volpati

Foto: Morgana Volpati



EXPEDIENTE

Professor Orientador
Alexandra Gonsalez

Repórteres
Adam Minhoto, Aline Danielle Santos, Débora Felizardo, Guilherme Martinez. Hérica Arguello, Morgana Volpati, Natalia Brumati, Nathália Encina


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