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Uma história cultural do cristianismo primitivo: Análise a partir de fontes narrativas

Paulo Augusto de Souza Nogueira

Nesse projeto propomos uma abordagem histórica e literária de fontes narrativas do Cristianismo Primitivo, com o objetivo de analisar categorias culturais fundamentais dos membros desse movimento religioso, pertencentes aos estratos intermediários e baixos da sociedade mediterrânea no império romano. Parte-se do pressuposto que a cultura forma um sistema semiótico no qual as representações, as percepções e as sensibilidades se organizam e se articulam como uma linguagem. Para estudarmos as “categorias mentais” dos estratos intermediários (letrados, porém não membros das elites)e baixos (as representações populares) do cristianismo primitivo precisamos ampliar a sua abrangência no que se refere à cronologia (não mais o limite do “apostólico” por detrás do ano 100 d.C.) e no que se refere ao conjunto de fontes (não limitadas ao canônico). Dessa forma propomos uma análise prioritária de textos narrativos (e descritivos), que desenvolvem mais intensamente os elementos ficcionais da linguagem, nos quais entendemos que as percepções de cristãos e cristãs das classes subalternas expressavam sua percepção de mundo e suas projeções. Nosso corpo documental será composto de textos narrativos do Novo Testamento, dos Apócrifos, das Atas dos Mártires e dos Pais Apostólicos. Nosso quadro cronológico será amplo, estudando textos até o terceiro século adentro, uma vez que a história cultural pressupõe o estudo de estruturas de longa duração e a consolidação de sistemas (linguagens) culturais. Partiremos de um conjunto delimitado de categorias elementares como: tempo e espaço, corporeidade e gênero, formas da linguagem e da revelação, entre outras. Como primeiro tópico a ser desenvolvido no projeto, analisaremos noções de gênero e relações de poder nos espaços domésticos em textos narrativos (Atos de Paulo e Tecla, Atos de André) e oníricos (Pastor de Hermas), comparados a textos não cristãos, de origem ou de uso popular, como os manuais de interpretações de sonhos (ex. a Oneirocrítica, de Artemidoro) e instruções de magia (Papiros Mágicos Gregos).

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