Pastores, profetas e apóstolos: religião, poder e política na América Latina
Responsável: Dario Paulo Barrera Rivera
A incursão de evangélicos em política pode ser considerada uma das maiores mudanças na forma de entender seu papel na sociedade por parte das diversas igrejas evangélicas nas últimas três décadas. Praticamente em todos os países da América Latina grupos de evangélicos se organizaram para participar em política. O fato político de maior impacto social da sociedade peruana de fines do século XX e inícios do século XXI foi o auto-golpe de Estado impulsionado pelo próprio Presidente da República Alberto Fujimori pouco de dar início a seu primeiro governo. O Governo de Fujimori também chamou a atenção pela inédita quantidade de evangélicos eleitos para ocupar cargos no Poder Executivo e no Poder Legislativo. Essa aliança, mais ou menos implícita, com diversas igrejas evangélicas entrou em crise com o auto-golpe e concluiu com a saída intempestiva de Fujimori abandonando o poder e o país. Nas eleições do ano 2011 os evangélicos voltam a participar nas eleições, de forma muito dinâmica e inédita no que diz respeito a sua capacidade de articulação e mobilização, representando partidos políticos de diversas tendências. Este projeto propõe-se a estudar o campo religioso evangélico no Peru dinamizado pelas duas eleições do ano 2011. Presta-se especial atenção ao segundo turno eleitoral que confronta um candidato nacionalista de esquerda e nada menos que à filha de Alberto Fujimori: Keiko Fujimori. As práticas políticas dos evangélicos serão estudadas a partir de fontes orais, audiovisuais e escritas divulgadas pela imprensa. A pesquisa documental das instituições em jogo, partidos políticos, instituições que articulam o campo religioso evangélico, instituições para eclesiais, será parte da pesquisa. A pesquisa analisa as relações entre evangélicos e política no contexto da história política recente desse país.
