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Laicidade em debate: o posicionamento dos parlamentares evangélicos brasileiros sobre direitos reprodutivos e homossexualidade

Responsável: Sandra Duarte de Souza

A presença evangélica no cenário político brasileiro começou a se intensificar só nas últimas décadas, a partir dos anos 80, durante o processo constituinte. Os motivos para esse despertar tardio, ou para essa visibilidade mais recente, são políticos, econômicos e religiosos. Apesar de recente, a participação mais visível e mais agressiva dos evangélicos no mundo da política tem gerado um amplo debate na sociedade brasileira e tem colocado novos (ou antigos?) questionamentos à laicidade do Estado. Os evangélicos têm se inserido cada vez mais no campo político, conquistando uma crescente representação nos poderes públicos, participando efetivamente da definição da agenda política em todos os níveis. Sua participação na política partidária brasileira é marcada por forte corporativismo e fisiologismo, além de evidenciar a predominância de posturas mais conservadoras e tradicionalistas por parte de seus representantes políticos.

Sem dúvida não se pode correr o risco de entender os parlamentares evangélicos como um grupo coeso, como parte de um movimento uniforme com atuação política uniforme, porém, no que tange aos temas mais diretamente ligados à sexualidade, se verificará uma maior propensão ao conservadorismo moral, sendo essa também a tendência de parte do eleitorado. Em nossa pesquisa nos debruçaremos especialmente sobre o posicionamento público de políticos evangélicos (deputados federais, estaduais e senadores) quanto ao tema dos direitos reprodutivos e quanto ao tema da homoafetividade, objetivando entender as tensões entre a afirmação política de uma moral sexual religiosa e a proposição de um Estado laico, voltado para os interesses de seus cidadãos e cidadãs a despeito de sua confissão religiosa. Para tanto, mapearemos e analisaremos pronunciamentos disponíveis na mídia televisiva e impressa e em sites e blogs dos referidos políticos. A relevância da pesquisa reside no fato de se buscar explicitar uma relação pouco discutida no âmbito das ciências da religião: a relação entre religião, política e sexualidade. Se, conforme o ditado popular, “religião e política não se discutem”, quando se acrescenta sexo, a dificuldade é ainda maior. As ciências políticas e os estudos de religião ainda carecem de abordagens que combinem religião, política e sexualidade, e nossa pesquisa propõe essa leitura.

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