Ferramentas Pessoais

Você está aqui: Página Inicial / Pós-Graduação em Ciências da Religião / Notícias / Professor da Universidade do Texas propõe perspectiva interseccional para estudos do cristianismo primitivo

Professor da Universidade do Texas propõe perspectiva interseccional para estudos do cristianismo primitivo

Steven Friesen foi um dos palestrantes do Seminário Oracula

10/10/2018 09h55 - última modificação 10/10/2018 14h06

O Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo promoveu na primeira semana de outubro mais uma edição do Seminário Oracula. O evento foi realizado pelo Grupo de Pesquisa Oracula com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e discutiu “Cultura Popular, Conflito e Estratificação Social no Cristianismo Primitivo”.

O professor Steven Friesen, da University of Texas at Austin, foi um dos convidados e propôs um olhar interseccional sobre as pesquisas do cristianismo primitivo. “A interseccionalidade fala que a desigualdade não provém de apenas um fator, mas de muitas forças que afetam umas às outras e se tornam mais fortes. Pesquisadores utilizam a frase ‘estruturas multiplicadoras de injustiças’, para falar das diferentes forças institucionais que criam desigualdades”, explica.

De acordo com o docente, essa análise foi utilizada pelo feminismo negro, que enxergava fatores como raça, religião, gênero, classe social, orientação sexual, entre outros, como aspectos relevantes para as condições de desigualdade. Para o pesquisador, essa pode ser uma boa maneira de pesquisar o cristianismo primitivo, pois “possibilita uma visão mais complexa de problemas sociais; cresce da experiência de grupos marginalizados e nos ajuda a enxergar de forma diferente”.

Friesen afirma que, para estudo do cristianismo primitivo, a interseccionalidade oferece mais fatores para pesquisa das primeiras comunidades cristãs e ajuda a reunir a fala de diferentes desigualdades. Mas, ao mesmo tempo, ressalta as dificuldades que a abordagem apresenta aos pesquisadores.

“Vamos analisar o apóstolo Paulo, por exemplo. Qual é a raça dele? E a religião? A qual classe pertence? É heterossexual? Esse é um exercício simples, que nos dá ideia da interseccionalidade. Sua força e sua fraqueza é que possui muitas categorias. Isso transforma a discussão em algo mais rico, mas também pode acabar se tornando apenas uma lista classificatória. Espero que torne nossa discussão mais forte e torne o estudo sobre a antiguidade mais rico”, declarou.

Além de Friesen, participaram do evento os professores Paulo Nogueira, da Metodista; José Adriano Filho e Kenner Terra, da Faculdade Unida de Vitória/ES; Valtair Miranda, do Seminário Batista do Sul do Brasil/RJ; Monica Selvatici e Alfredo Oliva, da Universidade Estadual de Londrina; Marcelo Carneiro, da Faculdade de Teologia da IPI; e Sebastiana Nogueira, do Grupo de Pesquisa Oracula.

Comunicar erros


Leia mais notícias sobre: , , , , , , ,
SOBRE O PROGRAMA
X