Menos Burocracia e Mais Criatividade
17/05/2006 11h56 - última modificação 25/05/2006 17h36
Intrevista conduzida pelo professor Jaci Maraschin com o professor Antonio Carlos de Melo Magalhães.
Prof. Maraschin - Sinto-me feliz de começar o meu trabalho nesta página da Internet com esta entrevista. Lembro-me dos primeiros dias em que você chegou aqui, vindo da Alemanha. Mas, certamente,você não era alemão, não é?
Prof. Antonio Carlos - Certamente, não. Na verdade, depois de meus estudos em Recife, fui para Bochum, na Alemanha, para aprender a língua. Vivi algum tempo na Basiléia, na Suíça, onde me preparei para ingressar no doutorado na Universidade de Hamburgo que concluí em janeiro de 1991.
Prof. Maraschin - Hamburgo me parece uma cidade encantadora com inúmeros lagos e o rio...
Prof. Antonio Carlos - Sempre gostei das águas dos rios. Como você sabe, nasci na cidade de Santarém, no Pará, Cresci em Manaus. Meu gosto pelos rios vem dessa época: daí que contemplar os vários rios que conheci em minha vida sempre foi um instante de memórias e recordações.
Prof. Maraschin - Mas você não retornou ao Brasil imediatamente. Por quê?
Prof. Antonio Carlos - Aceitei o convite para dirigir a Missionsakademie an der Universität Hamburg e assumi atividades docentes na Faculdade de Teologia e no Departamento de Estudos Latino-Americanos da mesma universidade até julho de 1994. Desde setembro desse ano estou aqui na UMESP.
Prof. Maraschin - Além dessas atividades de ensino e pesquisa também que mais lhe parece importante em sua vida acadêmica?
Prof. Antonio Carlos - Publiquei dois livros e vários artigos e capítulos de livros.
Prof. Maraschin - Você é conhecido pela pesquisa que faz sobre o relacionamento da teologia com a literatura. Poderia citar alguns literatos que lhe fascinam?
Prof. Antonio Carlos - Sou um leitor fascinado pela literatura latino-americana, caribenha e européia. Meus autores preferidos são Guimarães Rosa, Gabriel Garcia Márquez, Graciliano Ramos, Adélia Prado, Alejo Carpentier, Jorge Luis Borges, Milan Kundera, Heinrich Boll e Heinrich Heine.
Prof. Maraschin - Seu mandato que começa agora vai até dezembro de 2006, se não me engano.
Prof. Antonio Carlos - É isso.
Prof. Maraschin - Quais seriam as suas prioridades?
Prof. Antonio Carlos - Em primeiro lugar, pretendo me empenhar no fortalecimento do Programa nos processos acadêmicos e nas decisões políticas da Área e na CAPES. Acho também importante a criação de um PROEX interno via IEPG como forma de facilitar a participação docente em congressos nacionais e internacionais e, por conseguinte, como forma de projetar o programa nacional e internacionalmente. Com isto pretendo incrementar as publicações. Procurarei ampliar as relações internacionais do Programa de Pós-Graduação e incluir os doutorandos neste processo. Além disso, acho importante ter, pelo menos, dois cursos de lato sensu em funcionamento.
Prof. Maraschin - Como pretende envolver a comunidade acadêmica?
Prof. Antonio Carlos - Procurarei evitar, no que for possível, o excesso de burocracia para que os docentes invistam mais tempo em pesquisa, publicação e orientação. Quero aprofundar o diálogo com os docentes e conversar mais sobre seus projetos acadêmicos, para que, no papel de coordenador possa fazer a mediação correta em face de outras instâncias da Universidade. Basicamente, quero envolver a comunidade acadêmica a partir de ideais acadêmicos e de atmosfera amigável no Programa.
Prof. Maraschin - Como espera conciliar a atividade acadêmica com as exigências burocráticas da administração?
Prof. Antonio Carlos - Sou um professor com função administrativa. A função administrativa é passageira. Sei que terei dificuldades grandes para conciliar essas coisas, mas espero conseguir isto assim como fiz na Alemanha.
Prof. Maraschin - Como você vê a relação da Pós-Graduação com o IEPG ( Instituto Ecumênico de Pós-Graduação em Ciências da Religião)?
Prof. Antonio Carlos - A relação da Pós-Graduação com o IEPG é uma das bases mais importantes para o bom funcionamento do programa. Não é necessário listar aqui os vários serviços prestados pelo IEPG. É possível intensificar esta relação? Com certeza. Vejo três possibilidades: a criação de um PROEX interno via IEPG, a ampliação do programa de lato sensu como parte dos interesses ecumênicos e, a ampliação de intercâmbios internacionais com instituições universitárias e eclesiásticas.