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Workshop questiona possibilidades de discussão dos memes

É possível aprofundamento de temas com piadas na internet?

26/10/2018 14h45 - última modificação 29/10/2018 18h51

A Cátedra Unesco/Universidade Metodista de São Paulo promoveu em 25 de outubro último workshop sobre “Os memes na esfera pública” com a mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Umesp, Tássia Aguiar. A jornalista discutiu com alunos da graduação e pós em comunicação sobre pesquisas que realiza no PósCom a respeito da utilização de memes como ferramentas de contra-hegemonia, sobretudo no momento atual.

“Quando estudamos memes, estudamos as redes sociais e cybercultura também. Principalmente no Brasil, um dos países mais conectados do mundo. Cerca de 24% dos brasileiros usam o celular assim que acordam”, comenta.

A internet potencializou a capacidade de distribuição e de produção de peças humorísticas, sobretudo de sátira política, porém não é pioneira. “Os memes não são coisa nova. Em termos de formato, o Pasquim já fazia isso na década de 1970”, apontou.

No recente período eleitoral, a quantidade de memes compartilhados nas redes atingiu números impressionantes, chegando, inclusive, a pautar a grande imprensa. Quando o presidente Michel Temer tentou vetar o uso de suas fotos para produção de memes, por exemplo, a notícia foi divulgada pelos principais veículos de comunicação. O mesmo ocorreu com o polêmico 'Dia do Servidor Bonito Esteticamente' aprovado em Petrópolis - RJ, que virou meme e acabou cancelado.

O potencial desse formato também vem sendo incorporado pela publicidade, como é o caso da Netflix, que promoveu séries brasileiras com memes famosos, como a boneca da Xuxa nos anos 1980 e Inês Brasil.

No caso da política, a pesquisadora questiona a profundidade desse recurso. “Será que possibilitam discussão aprofundada para formar a opinião pública?", questionou,  ponderando que, em alguns casos, os memes podem ser apenas reforço de uma opinião, enquanto em outros são o início de conversas sobre temas mais complexos.

O workshop foi transmitido ao vivo na página da Cátedra no Facebook e está disponível, confira

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