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Svetlana Aleksiévitch – a jornalista que deu voz aos anônimos da União Soviética

Autora recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 2015

28/11/2018 16h25 - última modificação 29/11/2018 12h58

“Estávamos casados havia pouco tempo. Ainda andávamos na rua de mãos dadas, mesmo quando entrávamos nas lojas. Sempre juntos. Eu dizia a ele ‘eu te amo’. Mas ainda não sabia o quanto o amava. Nem imaginava… Vivíamos numa residência da unidade dos bombeiros, onde ele servia. No segundo andar. Ali viviam também três famílias jovens, e a cozinha era comunal. Embaixo, no primeiro andar, guardavam os carros, os carros vermelhos do corpo de bombeiros. Esse era o trabalho dele. Eu sempre sabia onde ele estava e o que se passava com ele. No meio da noite, ouvi um barulho. Gritos. Olhei pela janela. Ele me viu: ‘Feche a persiana e vá se deitar. Há um incêndio na central. Volto logo’.”trecho do livro Vozes de Tchernóbil.

Os horrores do acidente nuclear de Tchernóbil, ocorrido em 1986, impactaram o mundo inteiro e ainda são lembrados nos dias de hoje. Porém, até a publicação do livro de Svetlana Alexijevich, ninguém conhecia a história das pessoas que sofreram com esses impactos e daqueles que se recusaram a abandonar a região, mesmo após a catástrofe.

A obra da autora bielorrussa foi discutida em workshop realizado pela Cátedra Unesco/Umesp em 21 de novembro último com o mestrando do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Metodista, Arthur Marchetto. O pesquisador abordou as obras de Svetlana já lançadas no Brasil: A guerra não tem rosto de mulher (1985), Vozes de Tchenóbil (1997) e O fim do homem soviético (2013).

Nos livros, a jornalista bielorussa publica os relatos de pessoas antes sem voz, de mulheres que combateram na Segunda Guerra Mundial, daqueles que sobreviveram a Tchernóbil e dos que vivenciaram as transformações da queda do Império Soviético. Ao longo dos livros, é possível notar as mudanças na narrativa da autora. "Ela passa a descrever o lugar onde está, por exemplo, passa a se inserir na narrativa", comenta Marchetto.

Confira o workshop completo na página da Cátedra no Facebook

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