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Mestranda em Comunicação publica capítulo em livro “Privacidade, Sigilo e Compartilhamento”

Texto discute, sob perspectiva de mulheres, como tecnologias interferem na produção da notícia

17/10/2017 15h25 - última modificação 19/10/2017 14h13

Atualmente, as discussões de gênero atingem diversas esferas da sociedade e do mercado de trabalho, incluindo o jornalismo. No ano passado, um grupo de profissionais se uniu para criar o coletivo “Jornalistas contra o assédio”, que luta contra o assédio que as profissionais sofrem, dentro e fora da redação. Jéssica Collado, ex-aluna de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo e mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social, vem se dedicando a pesquisar essas relações de gênero dentro da profissão há alguns anos.

Em agosto, a pesquisadora teve seu artigo “A mulher repórter no jornalismo pós-industrial” publicado no livro “Privacidade, Sigilo e Compartilhamento”, organizado pelo Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura (Obcom) da Universidade de São Paulo (USP). “O capítulo, na verdade, é o artigo que fiz durante a pesquisa de Iniciação Científica e monografia que escrevi durante a graduação”, explica Jéssica, que recebeu o convite para publicar o texto depois de sua participação no seminário do Obcom.

No texto, a autora busca entender pelo olhar de repórteres mulheres como as novas tecnologias interferem na produção da notícia dentro das diferentes redações e plataformas. A pesquisa faz parte de um projeto maior que aborda o “Olhar feminino no jornalismo investigativo”. Por meio de entrevistas com diversas profissionais, análise e comparação dos meios em que estão inseridas, o relatório identifica que a mulher ainda sofre preconceito nesse ambiente em transformação tecnológica.

Aprofundamento

Jéssica explica que sua pesquisa de mestrado dá continuidade a esse trabalho iniciado na graduação. A princípio, entrevistou cinco repórteres para verificar como as tecnologias interferem na produção noticiosa e se há discriminação de gênero no trabalho. Depois, entrevistou 94 jornalistas da cidade de São Paulo, constatando a consciência das mulheres em relação às transformações no jornalismo. “Elas reconhecem que é necessário se adaptar para conseguir sobreviver no meio, com a redução de equipe e precarização da atividade. Além disso, 93,6% delas (ou seja, 88) já sofreram ou perceberam algum tipo de discriminação de gênero no ambiente laboral”, diz.

Orientada pela professora Marli dos Santos, coordenadora do Póscom, nas três pesquisas, de iniciação científica, monografia e mestrado, Jéssica pretende chegar ainda mais longe nos levantamentos sobre o tema. “Essa pesquisa serviu de teste para a que estou desenvolvendo no mestrado: vou ampliar o estudo para o estado de São Paulo! Essas pesquisas são importantes para barrar o assédio moral e sexual dentro e fora das redações, além de conscientizar as jornalistas, que muitas vezes, estão acostumadas com a discriminação e acabam aceitando como natural”.

É possível fazer download gratuito do livro, clicando aqui.

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