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Metodologias Ativas darão o tom das novas diretrizes do curso de Engenharia

Debate sobre as novidades na formação trouxe docentes da UFRS e da Mauá

31/10/2018 17h35 - última modificação 01/11/2018 14h42


Há um desafio para docentes e alunos logo à frente. O estudante será motivado à maior participação e a ser protagonista do aprendizado. O professor, mais multivalente em conhecimentos. Se depender das primeiras avaliações, as Novas Diretrizes Curriculares do curso de Engenharia têm grande potencial para alterar – para melhor – os termos do mercado profissional.

 “A formação de um engenheiro se dá em cinco, seis, sete anos, por isso ele precisa de atividade acadêmica intensa”, resume Simone Ramires, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “As novas referências trabalharão com conceitos de competência e inovação, enquanto as anteriores visavam a conteúdos mínimos específicos”, emenda Octávio Mattasoglio Neto, professor do Instituto Mauá de Tecnologia, de São Caetano, e membro da Abenge-Cobenge, associação e congresso da classe. 

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Profs. Simone, da UFRS, e Octávio, da Mauá

Os dois participaram do debate Cursos de Engenharia: O Que Há de Novo? realizado na noite de 24 de outubro último dentro das atividades do Congresso Metodista-PIBID (XX Congresso de Iniciação e Produção Científica). O consenso é o de que alunos e professores passarão por nova formação para trabalhar sobretudo com as chamadas Metodologias Ativas. Essa proposta prevê que docente e estudante, juntos, atuem no desenvolvimento e assimilação do conteúdo. Quase que um aprender-ensinando ou ser parte do tema que se está estudando.

Para que isso aconteça, professor Octávio Mattasoglio lista alguns dínamos, entre os quais o fato de a nova DC deixar explícitos os espaços de aprendizagem, criando oportunidade para que o aluno se molde fora da sala de aula, como laboratórios de pesquisa, fábricas e organizações onde poderá desenvolver projetos. “Haverá inclusive a possibilidade de trazer profissionais das indústrias, do mercado, para dentro das escolas, para que também colaborem com a formação do aluno”, cita.

Professor-aprendiz

Outro ponto destacado diz respeito à formação do professor. Como as novas DC criam espaços de aprendizagem diferenciados, o professor terá que se adaptar à nova realidade. “Isso é excelente para sair da zona de conforto. O professor de Engenharia quer ser docente e engenheiro e acaba ficando nesse meio caminho. Ao mesmo tempo em que ele quer ser docente, tem o viés da Engenharia e acaba sendo muito rígido, porque não tem formação em Pedagogia”, afirmou Simone Ramires, da UFRS, que vê com simpatia o viés das novas DC de trabalhar com a flexibilidade. “O profissional tem que estar sempre se adaptando, e agora deve passar para o aluno o aprender-a-aprender”, pontuou.

Entre as estratégias ativas de aprendizagem, professor Octávio Mattasoglio aprecia a PBL (Project Basic Learning). Argumenta que o engenheiro é o profissional que cria a partir de projetos e precisa ter visão de projetos. O PBL dá ao aluno competência de observar problemas, criar projetos e obter soluções, a seu ver.“Existem outras estratégias como o Design Thinking para enriquecer o aprendizado. O Design Thinking é justamente uma possibilidade de o aluno se tornar mais criativo e participativo”, define.

Engenheiro inovador

Em fase de aprovação neste segundo semestre de 2018, as novas DC instam o engenheiro a ser inovador. Segundo a professora Simone Ramires, da UFRS, muitas empresas não querem mais que se crie algo novo, e sim que se avance a partir do que já existe. É o que se aprende como produto-sistema-processo. Na UFRS, desde o primeiro ano há um desafio de acolhimento para cada um dos 13 cursos de Engenharia. Os alunos têm um mês para trabalhar o desafio e apresentar o resultado num pitch de cinco a sete minutos abordando a justificativa, o problema e qual a solução apontada.

“Temos projetos desses calouros em que cinco já saíram com certificado de Destaques e, desses cinco, dois já deixaram o papel e estão em desenvolvimento. Começam com um problema micro, fazem protótipos e os aplicam na comunidade do entorno da universidade”, contou.

Antes dos debates, o coordenador da Escola de Engenharias e Ti da Metodista, professor Carlos Eduardo Santi, fez breve exposição das diretrizes atuais, que datam de 2002 e enfeixam um conjunto de 13 itens com competências e habilidades exigidas em cursos da área. Ele mostrou que a Metodista já incentiva atuar em equipe multidisciplinar, em comunicação escrita e gráfica e em projetos que tenham impacto social e comunitário. Veja imagens:

Palestra sobre "O que há de novo nos cursos de Engenharia?", com Octávio Mattasoglio Neto e Simone Ramires, do Instituto Mauá de Tecnologia e Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Esta matéria foi publicada no Jornal da Metodista.
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