Culto abre reflexões do Mês da Consciência Negra e relembra importância da luta por igualdade
08/11/2017 11h25 - última modificação 08/11/2017 11h32
“Nessa época a gente tem que lidar com aquela questão: ‘por que ter um Dia da Consciência Negra, se somos todos iguais?’. Eu acho que as perguntas são melhores do que as respostas porque indicam um caminho. Muitas pessoas estão vendo as coisas de olhos fechados, não conseguem fazer conexão com a realidade”, diz a professora e reverenda Lídia Maria de Lima, durante o Culto Comunitário pelo Dia Nacional da Consciência Negra, realizado na Escola de Teologia da Universidade Metodista de São Paulo.
Para a reverenda, o Mês da Consciência Negra é fundamental para ponderarmos a respeito da desigualdade existente na sociedade brasileira. “Essa data é fruto do movimento negro e reflete a busca por reparação para um povo que ainda sofre com desigualdade”, declara. Ela destaca como precisamos questionar por que tantos jovens negros são mortos, por que as mulheres negras são as maiores vítimas de violência, entre tantos outros desafios enfrentados historicamente por pessoas negras no Brasil.
Esse questionamento, para Lídia, também é fundamental dentro das igrejas e deve fazer parte do cotidiano das pessoas religiosas, que precisam atuar ativamente na luta pelo respeito às diversidades. “Temos que parar de falar ‘que a nossa alma se torne alva como a neve’. A sua alma tem a cor da sua pele e reflete a imagem e semelhança de um Deus criador e criativo”, salienta.
Utilizando uma parábola que aparece no capítulo 25, dos versículos 1 a 13, do livro de Mateus, a professora da Escola de Teologia ressaltou a necessidade de iniciativa, diversidade e coletividade entre as pessoas. “Tem um proverbio africano que diz ‘se quer ir rápido, vá sozinho. Mas se você quer ir longe, vá acompanhado’. É assim que os grupos se organizam, com uma esperança ativa. Precisamos despertar para vivenciar as mudanças”, argumenta.
Ao longo do culto, participaram também alunos do curso de Teologia, o Coro Canto da Terra e Daiane Rodrigues, responsáveis pelas canções. O Reverendo Adilson Mazeu Ferreira deu início e finalizou a cerimonia chamando a comunidade a participar da discussão e lutar por mudanças.
Mês da Consciência Negra na Metodista
Além dessa celebração, a Metodista realizará diversas atividades de reflexão e valorização da cultura negra. Nesta sexta-feira (10), a comunidade está convidada para o 13º Sou Show Afro, que reúne apresentações artísticas. Confira toda a programação do mês.
Confira fotos do culto: