Indústria 4.0 convida profissionais a participar da inovação, diz headhunter
23/02/2017 14h11
Última fronteira da chamada Era das Máquinas, a indústria 4.0 tem alterado tudo o que se conhece até agora da manufatura tradicional, mas sobretudo abriu grandes oportunidades para negócios e empregos. “Não é a melhor estratégia resistir à inovação e, sim, saber trabalhar com ela”, orienta o engenheiro e headhunter de grandes corporações Alexandre Carmo, que falou sobre o tema para alunos de Gestão e Direito e de Engenharias, Tecnologia e Informação da Universidade Metodista nas noites de 20 e 22 de fevereiro último, respectivamente.
Com os alemães capitaneando a 4ª revolução industrial, o objetivo é o mesmo das três ondas anteriores: reduzir custos. Com a diferença de que os avanços tecnológicos crescem exponencialmente e o volume de informações disponíveis (Big Data), idem. “Estudos projetam que a velocidade do cérebro de um robô será igual à do homem já em 2030. Hoje essa velocidade é igual ao cérebro de um camundongo”, falou o especialista, para alertar como a manufatura avançada é desafiadora, porém muito demandante de profissionais talentosos e inovadores.
A indústria 4.0 usa basicamente conceitos de nanotecnologia, biotecnologia, cloud computer (computação na nuvem), Big Data e IoT (internet das coisas). O instigante para as empresas é sistematizar tudo isso para serem eficientes e competitivas, citou Alexandre Carmo. “Olha o desafio de pegar todo o volume de informações digitais e analógicas hoje disponíveis e peneirar esses dados para gerar negócios”, sublinhou o palestrante a respeito do Big Data, expondo que em 1992 eram gerados 100 gigabytes de informação por dia e hoje esse fluxo está em 50 mil gigabytes por segundo.
Produto personalizado
É por isso que no contexto da 4ª onda industrial também são utilizadas ferramentas da nanotecnologia (para diminuir o tamanho das coisas) e do cloud (informação buscada em tempo real na nuvem). “O organograma de departamentos estanques nas empresas deu lugar à integração em tempo real por meio de softwares gerenciadores de todos os processos, desde compras, contas a pagar, produção e telemarketing até contabilidade, vendas, manutenção e RH”, falou.
Além de mais eficiente com gestão informatizada de processos, redução de erros, fim do desperdício, aumento da segurança e economia de energia – entre outros cenários --, a manufatura 4.0 gera a personalização do produto. A impressora 3D é exemplo de como se pode projetar e produzir itens conforme a demanda do cliente ou da própria empresa -- na eventualidade de precisar repor rapidamente uma peça quebrada, por exemplo.
A internet das coisas é outra estaca fundamental nesse processo, na medida em que identifica demandas por radiofrequência e envia dados on-line. É o que permite cenas já reais na Europa de um consumidor, ao entrar em um supermercado, ser identificado por um código de barras que acessa seu cartão de crédito a cada produto retirado das gôndolas e fecha sua conta assim que deixar o estabelecimento, sem fila, sem passar por qualquer caixa. Ou então o veículo inteligente que, com base no perfil do condutor, informa por meio do GPS os serviços e produtos disponíveis pelo caminho que está percorrendo (lanchonete, livraria, restaurante, equipamento cultural etc).
“O objetivo da indústria alemã é a simplificação do processo produtivo com menos custos, com sincronização de dados em tempo real e evolução constante, para fazer frente à escalada das novas tecnologias. Quem tem oportunidade nesse cenário é o profissional que agrega conhecimento à empresa, que cria soluções. Prova disso é que as coprorações mais valiosas do mundo não fabricam nada tangível, como Google, Microsoft e SAP, que fabricam soluções”, citou o engenheiro Alexandre Carmo, cujo tema da palestra foi “Indústria 4.0: O que as Empresas Esperam de Você nos próximos anos”.