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Economia Solidária precisa de mais estudos para emplacar na mídia, acredita pesquisador

23/10/2014

12/04/2013 11h45 - última modificação 16/03/2016 16h45

Charlotte Arte em Costura, exemplo de empreendimento solidário liderado por mulheres. Foto: Divulgação.

“Opinião Pública midiatizada sobre projetos de economia solidária liderados por mulheres”. Foi este o tema de uma das mesas-redondas que o Congresso Científico Metodista 2014 promoveu na manhã desta segunda-feira (22).

O professor Marco Aurélio Bernardes, um dos participantes, acredita que a divulgação de boas práticas e projetos exitosos de Economia Solidária pode influenciar outras mulheres a seguir o mesmo caminho. Além de docente na Metodista, Marco Aurélio é pesquisador das temáticas de Empreendedorismo e Economia solidária.

Como exemplo, o professor cita o empreendimento Charlotte Arte em Costura, cooperativa de São Bernardo do Campo que reúne profissionais que atuam com confecção de roupas. “Esta e outras empresa de economia solidária apresentam, sem pretensão, novos valores empresariais e uma economia inclusiva e democrática”, afirma.

As mulheres representam 40% do público dos projetos de economia solidária, segundo o professor, que cita dados da Secretaria Nacional de Economia Solidária. O fato hoje em dia muitas mulheres chefiarem a família reflete nesse alto índice de mulheres participantes de projetos de economia solidária. “Segundo dados da última PNAD - Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios, as mulheres chefiam mais de 40% dos lares brasileiros, logo cada vez mais exercitam o papel legítimo de protagonistas no lar, no campo profissional e como empreendedoras”, explica Marco Aurélio.

Neste cenário, mulheres que vivem casamentos puramente pela questão financeira veem o empreendedorismo social como uma libertação e independência financeira. “São pessoas que encontram novo sentido e motivação na vida unindo esforços, somando competências e minimizando as fragilidades”, acredita o professor.

Apesar de todos esses fatores, a economia solidária ainda é vista de forma marginal. “A meu ver, deveria ser tema central e de política pública central em todas as cidades brasileiras. A Universidade Metodista e a Prefeitura de São Bernardo do Campo cumprem fundamental papel e são um bom exemplo deste caso”. Desde 2012, a Metodista, em parceria com a prefeitura de São Bernardo, Instituto Metodista Granbery, a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), do Ministério da Ciência e Tecnologia e outras instituições conta com a SBCSol, Incubadora de Empreendimentos Solidários.

Solidariedade e mídia

Mas, como fazer com que todas essas boas práticas cheguem às pessoas? Para Marco Aurélio, “a grande mídia enxerga mas não vê a real importância dessa economia”. Um dos entraves seria a falta de “estudos a respeito dos valores movimentados nesta economia e de estimativas de sua participação no PIB brasileiro, sem contar seus impactos na inclusão social”. O professor acredita que, “quando isto ocorrer o espaço aumentará”.

Esta matéria foi publicada no Jornal da Metodista.
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