Logística reversa: transporte de trás para frente
03/09/2013 20h19
NOVA TENDÊNCIA É BENÉFICA PARA SOCIEDADE, ECONOMIA E AMBIENTE
Como é a prática comum nos processos produtivos, todo bem de consumo precisa ser transportado ao consumidor. Com o crescente volume de negócios, grandes quantidades de produtos são transportados diariamente, o que muitas vezes gera lixo e outras formas de descarte de materiais. Com a também crescente adesão das empresas ao compromisso social e a sustentabilidade sendo um termo cada vez mais em evidência, o mundo corporativo tem adotado uma dinâmica que colabora para essa postura, a logística reversa.
Esta dinâmica é a “parte da logística empresarial que trata o fluxo reverso dos produtos. Normalmente, o fluxo de materiais ocorre no sentido fornecedor para o cliente. Quando por algum motivo este fluxo se inverte, de cliente para empresa, por exemplo, temos a logística reversa. Isto ocorre por dois fatores: pós-vendas, quando o cliente adquiriu um produto e por alguma razão teve que retornar até a indústria ou algum de seus representantes. Ou por pós-consumo, quando o cliente já usufruiu o suficiente do produto e coloca-o novamente no ciclo produtivo ou comercial”, explica o professor do curso de Logística da Metodista Roberto Macedo.
A logística reversa é um dos conceitos inclusos na Política Nacional de Resíduos Sólidos instituída pela lei 12.305/2010, que tornará necessário às indústrias o tratamento dos resíduos dos produtos. Aliado às determinações governamentais estão as pressões sociais para processos ecologicamente corretos, o que dá força para a reciclagem ou reaproveitamento de materiais. Assim, esse procedimento passa a ser uma estratégia diferencial entre as empresas, que passam a oferecer soluções sustentáveis ao público e ao consumidor.
A aplicação desta vertente da cadeia logística tem um benefício amplo. “Sob o ponto de vista social, podemos destacar a inclusão de indivíduos em atividade que pode gerar renda. Catadores de materiais recicláveis pode ser um exemplo, entre outros. Sob o ponto de vista econômico, podemos afirmar que uma vez que se coloca no ciclo produtivo um material que está sendo reaproveitado, existe redução de custo quando comparamos a mesma matéria-prima sendo ‘virgem’. Já do ponto de vista ambiental, quando deixamos de extrair da natureza estamos contribuindo para a sustentabilidade do planeta”, acrescenta o professor Macedo.
Supermercado do Bairro: uma história de sucesso
Quando se fala em Logística, é comum se pensar em grandes empresas, contratos com transportadoras e afins. Mas não só as grandes corporações tratam do transporte de suas mercadorias, em especial, quando é necessário trazê-las de volta.
Na Vila Euclides, em São Bernardo do Campo, está instalado o Supermercado do Bairro. O estabelecimento é um mercado de pequeno porte que se adequou à legislação dos resíduos. A empresa também possui a prática de incluir em suas propagandas em mídias impressas um espaço com informações para evitar problemas ambientais, bem como orientar aos clientes e funcionários sobre como utilizar os “3 R’s” da sustentabilidade - reduzir, reutilizar e reciclar.
A postura do mercado levou a um grupo de alunos do curso de Logística escrever o artigo “Supermercado do Bairro: uma história de sucesso e o respeito ao meio ambiente”. Além das práticas incentivadoras à reciclagem, o artigo destaca que “a logística reversa tem um papel importante no dia a dia do Mercado do Bairro pois, além de retornar produtos vencidos ou avariados para os fornecedores, as embalagens têm um tratamento especial, pois são encaminhadas tanto de volta aos fornecedores, como para instituições de reciclagem, desde que esses itens estejam em condição de reutilização”, ou seja, a empresa favorece aos fatores sociais, econômicos e ambientais, com a aplicação do procedimento de tratamento de resíduos.
Saiba mais sobre a logística reversa por meio do site do Ministério do
Meio Ambiente.
Marcello Ferreira
marcello.ferreira@metodista.br